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Enquanto se arrastam as negociações de paz, o presidente russo Vladimir Putin prepara uma nova ofensiva no leste da Ucrânia, com as autoridades europeias e ucranianas a alertar que poderá ocorrer novo avanço perto de Pokrovsk, uma cidade que Moscovo não conseguiu capturar durante mais de um ano. Segundo avançou a agência ‘Bloomberg’, na semana passada, as autoridades alemãs e francesas discutiram o aumento de forças russas perto da cidade.

Recorde-se que na passada sexta-feira o presidente ucraniano Volodymyr Zelensky garantia que Moscovo tinha enviado 100 mil soldados para a área. Pokrovsk é um importante centro de transporte para as forças ucranianas no Donbass. A sua queda poderia abrir caminho para que as tropas russas ataquem as últimas grandes cidades controladas pela Ucrânia na região de Donetsk: Sloviansk e Kramatorsk.

A cidade industrial do leste da Ucrânia foi o principal objetivo declarado de uma sangrenta ofensiva russa lançada há mais de um ano. O avanço russo em direção a Dobropillia ocorreu numa frente estreita e, se consolidado, tornaria ainda mais difícil para as forças ucranianas abastecerem o saliente de Pokrovsk, de acordo com os relatos. As forças russas chegaram a 8–10 quilómetros de Pokrovsk em agosto e setembro de 2024, mas não conseguiram capturá-la e tentaram cercar a cidade este ano.

Em meados de agosto, as tropas de Putin avançaram brevemente ao norte de Pokrovsk, cerca de 10 quilómetros perto de Dobropillia antes de serem repelidas pelas unidades ucranianas. A ofensiva de verão resultou em ganhos mínimos, com Moscovo a capturar apenas 2.033 quilómetros quadrados, ou 0,3% do território da Ucrânia.

Falando em Pequim esta quarta-feira, após assistir a um desfile militar com o líder chinês Xi Jinping e o norte-coreano Kim Jong-Un, Putin disse que continuaria a lutar se não pudesse ser alcançado um acordo de paz. O presidente russo elogiou também os avanços das forças russas, alegando que estavam a progredir “em todas as frentes” e haviam enfraquecido o exército ucraniano. Se não houver acordo de paz, disse, “então teremos de resolver todas as nossas tarefas militarmente”.