As ações chinesas registaram hoje a maior queda em cinco meses, um dia após o Presidente chinês, Xi Jinping, exibir a ambição global do país com uma parada militar em Pequim.

O índice CSI 300, que agrega as principais ações cotadas em Xangai e Shenzhen, caiu 2,1%, enquanto o Hang Seng de Hong Kong recuou 1% e o Star 50, focado em tecnologia, afundou 6,2%.

A queda seguiu-se a uma valorização de mais de 10% do CSI 300 em agosto, impulsionada pelo desempenho de empresas tecnológicas como a Cambricon. Antes da descida de hoje, o índice acumulava ganhos de mais de 14% desde o início do ano, atingindo o nível mais alto desde 2022.

As ações dos bancos, por outro lado, subiram, com rumores de que o chamado “grupo nacional” – conjunto de instituições estatais que intervém para estabilizar o mercado – estaria a comprar títulos do setor financeiro.

A agência noticiosa Bloomberg informou que possíveis medidas de contenção por parte dos reguladores financeiros chineses também contribuíram para a pressão vendedora.

O volume de operações com recurso a crédito atingiu na segunda-feira um novo máximo histórico, com 2,29 biliões de yuans (cerca de 275 mil milhões de euros), ultrapassando o recorde anterior de 2015, ano em que uma valorização abrupta foi seguida por um colapso nos mercados chineses.

Na semana passada, o regulador do setor de valores mobiliários terá alertado informalmente as corretoras para não usarem a parada militar nem a valorização recente como estratégia de captação de novos clientes, numa tentativa de conter excessos especulativos.