Carlos III mostrou-se de bom humor na visita ao Midland Metropolitan University Hospital em Smethwick, onde falou sobre o envelhecimento e até desvendou como se tem sentido na luta contra o cancro. “Não estou muito mal”, partilhou o monarca, citado pela BBC, numa rara declaração sobre a doença com que foi diagnosticado no início do ano passado.

O rei britânico está de visita a Birmingham, depois de a viagem, inicialmente marcada para Março, ter sido adiada quando foi internado na sequência de complicações do tratamento contra o cancro — o Palácio de Buckingham nunca detalhou o tipo de doença oncológica com que o soberano foi diagnosticado no início de 2024.

Curiosamente, o primeiro compromisso oficial da viagem foi a inauguração de um novo centro médico, onde se encontrou com a equipa médica e os pacientes. “Peço desculpa de não ter vindo há alguns meses”, lamentou Carlos, que visitou a instituição a solo, sem a companhia de Camila.

Jacqueline Page, de 85 anos, fez questão de cumprimentar o rei, confessando que se sentia “desgastada”, levando Carlos, de 76 anos, a concordar com o sentimento: “Essa é a coisa terrível que estou a descobrir. Nada funciona tão bem quando passamos dos 70.” Na verdade, este não era o primeiro encontro entre ambos, já que Page lembrou o soberano de que ambos se tinham conhecido nos anos 1970 numa visita do então príncipe de Gales às Midlands. “A passagem do tempo é assustadora”, sublinhou Carlos.




Carlos cumprimenta os profissionais de saúde

Richard Pohle/Pool via REUTERS

Um dos pacientes a fazer quimioterapia, Matthew Shinda, aproveitou a oportunidade para se queixar ao rei sobre a demora na recepção dos resultados do diagnóstico de cancro da próstata. “Lamento imenso, é muito frustrante”, disse-lhe Carlos, que, no ano passado, fez uma intervenção cirúrgica para a próstata aumentada, pouco antes de anunciar o diagnóstico de cancro.

Matthew Shinda parece ter simpatizado de tal forma com o rei que até o convidou para beber um copo no hospital. “De vez em quando, permitem-vos beber um pouco de uísque? Sabia que devia ter trazido um”, disse-lhe Carlos, que até declarou que a bebida é “supostamente muito boa para a coração”.

Carlos, que celebra 77 anos em Novembro, mantém as funções enquanto é tratado para o cancro, cujo diagnóstico foi um choque para a monarquia depois de apenas 18 meses de reinado. Todavia, o Palácio de Buckingham tem-se mostrado optimista relativamente ao estado de saúde do soberano, cuja agenda vai sendo gerida em torno dos tratamentos.

É que Carlos é conhecido por ser viciado em trabalho — frequentemente trabalha até tarde nos seus documentos oficiais — sendo que outros membros da família já disseram que o rei precisa ser incentivado a abrandar. O cancro do rei coincidiu com o da nora, Kate, mulher do príncipe William, que também foi submetida a quimioterapia, mas anunciou a remissão da doença no início deste ano.