A Dainese, fundada em 1972 depois de Lino Dainese ter feito uma viagem desde Itália ao Reino Unido numa Vespa, em 1968, é atualmente uma das marcas mais reconhecidas de equipamentos e vestuário para as duas rodas.
Mas nem mesmo um titã da indústria dos equipamentos e acessórios de motociclismo como a Dainese está imune às regras do mercado global. E quando as perdas financeiras se vão acumulando ano após ano, com particular destaque para os 120 milhões de euros de défice registados no exercício fiscal de 2024, o resultado quase inevitável é a falência.
Dizemos quase pois, tal como publica o jornal italiano Il Messaggero, a Dainese conseguiu escapar à falência graças a um negócio inacreditável, que envolve o fundo londrino Arcmont Asset Management e a Hps Investment Partners, este último recentemente adquirido pela gigante norte-americana BlackRock, cotada como a maior empresa do Mundo na gestão de ativos e riscos.
O negócio inacreditável que permite à Dainese manter as suas operações como se nada tivesse acontecido foi concretizado com a venda da marca italiana aos referidos fundos, que eram os maiores credores da Dainese, num acordo feito por apenas 1€!
– PUBLICIDADE –
Adquirida pelo fundo de investimento Carlyle em 2022 por 630 milhões de euros, cerca de três anos depois verificou-se uma inversão na tendência de crescimento da Dainese, pese embora a sua presença nos principais campeonatos mundiais como MotoGP ou Mundial Superbike, ou ainda no segmento dos equipamentos de motociclismo de aventura ou desportivos, seja das mais fortes do mundo das duas rodas.
Agora com 300 milhões de euros acumulados em dívidas, com particular destaque para os já referidos resultados negativos de 2024, a marca italiana procurava sair do ‘buraco’.
A venda da empresa aos seus credores por um valor simbólico de apenas 1€ permite ‘apagar’ a dívida, sendo que a informação para já revelada pelos novos proprietários é que toda a atividade da Dainese irá permanecer inalterada.
Isto significa que continuaremos a ter novos produtos Dainese a chegarem ao mercado, os importadores ou representantes autorizados não vão sofrer com falta de material ou equipamentos, bem como as operações de produção vão continuar a funcionar com toda a normalidade.
– PUBLICIDADE –
De acordo com o comunicado oficial sobre este negócio, ficamos a saber que “O objetivo é reforçar a estrutura patrimonial da Dainese e melhorar a flexibilidade financeira, depois da marca ter enfrentado algumas dificuldades de mercado. Este processo não terá qualquer impacto nas atividades ordinárias, nos seus dependentes, fornecedores ou clientes”.
Para se perceber melhor a evolução da Dainese e do seu valor em termos do que foi a troca de proprietários ao longo dos anos, a Investcorp adquiriu a marca a Lino Dainese em 2015 por um valor de 130 milhões de euros.
As vendas anuais duplicaram rapidamente desde esse momento, atingido então os 250 milhões de euros por ano. Com sede em Vicenza, Itália, a Dainese adquiriu a também italiana TCX, especialista em calçado de motociclismo, que assim se juntou à AGV, marca de capacetes, tudo sob a ‘proteção’ do grupo Dainese.
Viria depois a ser negociada para o grupo Carlyle por 630 milhões de euros, e agora é novamente vendida devido à sua situação financeira muito delicada por apenas 1€.
Fique atento a www.motojornal.pt para estar sempre a par de todas as novidades do mundo das duas rodas. E siga-nos no Canal Oficial da Revista Motojornal no WhatsApp para receber todas as notícias atualizadas diretamente no seu telemóvel de forma ainda mais prática.