O Presidente levantou nos últimos dias dúvidas sobre os números que levaram o Governo a tomar medidas na área da imigração, considerando que não batiam certo com os do Instituto Nacional de Estatística (INE). Mas agora explica, em declarações ao semanário Nascer do Sol, que após ter recebido um esclarecimento do executivo de Luís Montenegro, concluiu que que os números da AIMA são mais fiáveis dos que os do INE.

A primeira vez que Marcelo levantou dúvidas sobre o tema foi ao Expresso, no início do mês: “O INE comunicou-nos esta semana que são 10 milhões e 700 e tal mil, mas ao mesmo tempo [o Governo diz que] temos um milhão e seiscentos mil imigrantes. Uma coisa não joga com a outra: ou temos um milhão e seiscentos mil imigrantes e temos doze milhões de residentes ou temos menos de 11 milhões de residentes e temos um milhão de imigrantes, um pouco menos de um milhão.” Dúvidas que viria a manifestar já esta semana nas audiências aos partidos em Belém.

Entretanto, revela esta sexta-feira ao semanário SOL, que o Governo explicou as diferenças entre os números, tendo Marcelo ficado com “a sensação” de que os que foram usados pelo Governo são mais fiáveis. “Os números do INE têm variáveis menos fiáveis do que os da AIMA”, referiu Marcelo, defendendo inclusivamente que seria importante antecipar os Censos de 2031: “Precisamos de saber se somos 11 ou 12 milhões”.

Então qual a diferença entre os dados do INE e os da AIMA? Os 1.546.521 residentes legais em Portugal, divulgados pela AIMA a 8 de abril, contabilizam os pedidos e processos relativos a manifestações de interesse pendentes na AIMA e que resultaram em autorização de residência.

Esse acerto tem ainda em conta que os números têm de ser corrigidos para trás, dado que os dados das manifestações de interesse dizem respeito ao ano em que esta foi submetida e não ao ano em que foi concluído o processo. O Governo terá ainda confirmado o exponencial aumento de imigrantes (em 2024 eram 421 mil), refere o jornal, com informações recolhidas nas áreas da saúde, educação e segurança social.