João Almeida bateu Jonas Vingegaard no Alto do Angliru, ganhou quatro segundos, mas o dinamarquês mantém a liderança da geral da Vuelta a Espanha. Vejam o vídeo!
O Angliru: subida brutal de 12,4 km com pendente média de 9,8 % e zonas de 23,5 % de inclinação. Um dos cenários mais duros da Vuelta a Espanha e local da segunda vitória de João Almeida (UAE Emirates XRG) numa Grande Volta – a primeira foi no Monte Bondone, há dois anos, no Giro de Itália.
Uma ascensão onde os ciclistas não se podem esconder e são as pernas que têm que falar. E se falaram as do ciclista de A dos Francos!
João Almeida inscrevreu o nome na subida mais dura de Espanha, juntando-se a nomes como Alberto Contador, Roberto Heras e Primoz Roglic, também eles vencedores no Angliru.
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Créditos: Unipublic / Cxcling / Antonio Baixauli
Destaque para Ivo Oliveira
Antes de chegar ao Angliru, os ciclistas tinham mais de 140 km planos e duas subidas de primeira categoria, que os deixavam na entrada da última ascensão.
Uma fuga numerosa saiu para a frente, tal como aconteceu na etapa 12. Eram 25 fugitivos, com especial destaque para Ivo Oliveira que (tal como o irmão Rui Oliveira) celebrou da melhor maneira o 29º aniversário.
A fuga chegou a ter 4:00 de vantagem para um pelotão que ia gerindo a diferença, mas que guardou as forças para a subida ao Angliru.
O último ciclista alcançado pelo grupo dos favoritos foi Bob Jungels (INEOS Grenadiers), já dentro da derradeira ascensão, com 5,4 km para a meta.
Um belo presente no dia em que fez 29 anos para Ivo Oliveira.
UAE controlou o pelotão à entrada do Angliru
Roberto Heras marcou o recorde da subida, 41:56 em 2000 (e venceu lá em 2002), e Alberto Contador venceu por duas vezes: a segunda, em 2018, a última grande vitória do “Pistolero”.
Em 2023, o Angliru marcou o início do fim da etapa de Roglic na então Jumbo-Visa (atual Visma | LAB), quando junto com Vingegaard deixaram para trás Sepp Kuss. À época Kuss era líder da corrida e viria a manter essa liderança; apesar de ter ganho na subida asturiana, Roglic saiu da equipa no fim desse ano por sentir que podia ter vencido essa Vuelta.
Este ano a UAE controlou o pelotão à entrada do Angliru. A equipa de João Almeida impôs um ritmo alto e encurtou muito o pelotão na fase inicial.
Jay Vine, Felix Grosschartner e Domen Novak deram apoio ao português, coisa que Juan Ayuso e Marc Soler, que estiveram em fuga no dia anterior, não conseguiram fazer.
Foto: Unipublic / Cxcling / Antonio Baixauli
João Almeida assumiu a dianteira do grupo
Ivo Oliveira também apareceu. Após ter descolado da fuga, o campeão nacional foi a tempo de endurecer o ritmo.
Já sem gregários, João Almeida assumiu a dianteira do grupo a 6 km e nunca mais saiu da frente. Nesta altura, à roda do português só estavam Jai Hindley (Red Bull – BORA – hansgrohe), Vingegaard e Kuss (Visma | LAB).
Para trás já tinham ficado vários nomes de destaque nesta Vuelta a Espanha 2025, como Felix Gall (Decathlon AG2R La Mondiale), Thomas Pidcock (Q36.5 Pro Cycling) ou Giulio Ciccone (Lidl – Trek).
🚴 DIA MÁGICO para o ciclismo português 🙌👏
🇵🇹 JOÃO ALMEIDA triunfa no mítico Angliru e assina a vitória mais importante da sua carreira 🔥 pic.twitter.com/onyiArxzv7
— Eurosport Portugal (@EurosportTV_Por) September 5, 2025
“É a subida mais difícil do mundo“
A 4,5 km do fim, João Almeida “descarregou” Hindley e Kuss; os dois mais fortes da Vuelta a Espanha 2025 ficaram isolados na frente da corrida.
Almeida e Vingegaard seguiram juntos até aos últimos metros do Angliru. A etapa foi decidida ao sprint e o momento foi histórico para o ciclismo nacional: o português foi mais forte e bateu o dinamarquês para a primeira vitória da carreira na prova espanhola.
“Ainda não acredito. Agradeço aos meus colegas de equipa, foram incríveis. Meti o meu ritmo e fiz o melhor que pude. O Jonas esteve sempre na minha roda, no último quilómetro estava no limite, estava à espera do ataque dele e pensei que me ia ultrapassar no final, mas conhecia bem os últimos metros, sabia que era difícil passar. Acho que foi espetacular. É a subida mais difícil do mundo, é louco, estou contente por ter acabado. Ainda tenho algum tempo para recuperar ao Jonas, ele está fenomenal, não vai ser fácil, mas nunca desistimos.”
João Almeida à Eurosport.
Foto: Jonathan Biche
Vídeo resumo da etapa
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Top 10 da etapa
Top 10 da classificação geral
Créditos da fotografia de destaque: Unipublic / Cxcling / Antonio Baixauli