O assessor especial da Presidência da República, Celso Amorim, lamentou nesta sexta-feira (5) a morte do cineasta brasileiro Silvio Tendler, 75. Segundo Amorim, a morte de Tendler entristece profundamente todos que acreditam no Brasil e no poder transformador da cultura.
“Silvio não foi apenas um cineasta de talento ímpar; foi um pioneiro do documentarismo político moderno, um grande lutador por um Brasil mais justo, democrático e soberano”, disse.
O chanceler afirmou que teve a honra de testemunhar de perto o surgimento do “gênio criativo” na época em que presidiu a Embrafilme (Empresa Brasileira de Filmes), em 1979.
“Ainda durante a ditadura militar, coube a mim a responsabilidade e a alegria de autorizar a produção de seu primeiro longa, ‘Os Anos JK – Uma Trajetória Política’, um marco audacioso do nosso cinema documental e um sopro de esperança no processo de abertura”, afirmou.
Amorim ainda declarou que a partida do cineasta “deixa um vazio irreparável” e desejou que o legado de Silvio continue a inspirar as novas gerações.
Silvio Tendler foi vítima de uma infecção generalizada. Ele enfrentava havia dez anos uma neuropatia diabética, doença que prejudica o sistema nervoso. A morte foi confirmada por sua filha, Ana Rosa Tendler.
O velório acontecerá no domingo (7), às 11h, no Cemitério Israelita do Caju, no Rio de Janeiro.
Tendler foi um dos principais diretores do Brasil. Conhecido como “cineasta dos sonhos interrompidos”, o documentarista capturou episódios e figuras históricas da política nacional em filmes como “Jango” (1980), “Os Anos JK – Uma Trajetória Política” (1980) e “Tancredo, A Travessia” (2011), sua “Trilogia Presidencial”.
O filme sobre João Goulart é, até hoje, uma das maiores bilheterias de documentário no cinema nacional, com 1 milhão de espectadores. Os outros dois longas do gênero documental de maior sucesso no país também são de Tendler —“O Mundo Mágico dos Trapalhões” (1981), com 1,3 milhão de espectadores, e “Os Anos JK” (1980), com 800 mil espectadores.
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