Os 82 minutos que o fenómeno terá na fase de totalidade – ou seja, uma hora e 22 minutos – poderão ser apreciados na Europa Central. Em Portugal, não será visível a primeira fase do eclipse. Máximo Ferreira, astrónomo e director do Centro Ciência Viva de Constância – Parque de Astronomia esclarece: “A fase de totalidade termina às 19h52, quando a Lua começa a sair da sombra. A Lua só surge no horizonte [em Lisboa] – ligeiramente a sul do ponto cardeal Este – cinco minutos depois [às 19h57].”
Lisboa minutos antes do eclipse lunar, Março de 2025. Pedro Nunes/Reuters
Em Lisboa, só cinco minutos depois do eclipse total terminar é que a Lua surgirá no horizonte, o que significa que subirá já eclipsada. No entanto, ainda será possível observar grande parte do fenómeno, embora como eclipse parcial. Poderá contemplar este fenómeno sem qualquer equipamento, no entanto, “um binóculo tornará a observação mais interessante”.
Hora do eclipse lunar
Os eclipses lunares acontecem ao mesmo tempo em todo o mundo, mas a hora exacta varia consoante o fuso horário local. O eclipse lunar que ocorrerá este domingo tem início às 16h28 e dura até às 21h55 (hora de Lisboa) – mas, em Portugal, há locais (Aveiro, Lisboa, Viana do Castelo e Madeira) em que só poderá ser visto depois da fase da totalidade, já como eclipse parcial.
No restante território, poderá ser observado um eclipse completo, ainda que durante poucos minutos, já que a Lua sobe mais cedo em certas regiões. Segundo o Planetário do Porto, os sítios com melhor visibilidade serão Miranda do Douro, Freixo de Espada à Cinta, Vilar Formoso, Termas de Monfortinho, Campo Maior, Barrancos e Vila Real de S. António – em todos o eclipse será visível apenas cerca de cinco minutos.
E no mundo
Este eclipse lunar “não é dos mais longos”, explica o astrónomo Máximo Ferreira. “A totalidade de um eclipse pode durar até uma hora e 45 minutos, quando a Lua atravessa a parte central da sombra da Terra. Se incluirmos todo o processo — desde a entrada na penumbra, a passagem pela sombra principal, a fase total e, finalmente, a saída da penumbra — o fenómeno pode estender-se até cerca de seis horas”, acrescenta. Neste caso, o último eclipse total lunar de 2025 terá cinco horas e 27 minutos.
Durante este evento, a Lua Cheia — fase em que os eclipses lunares acontecem — ganhará uma tonalidade avermelhada, conhecida como “Lua de Sangue” (blood moon). A cor não é provocada pela Lua, mas sim pela luz solar que atravessa e é desviada (refractada) na atmosfera terrestre. Quanto maior for a presença de poeiras ou nuvens, mais intensa será a tonalidade avermelhada que observamos no nosso satélite.
Como acontece um eclipse lunar?
O termo “eclipse” é utilizado maioritariamente para se referir ao alinhamento da Terra com os dois principais astros do céu: o Sol e a Lua. Segundo a agência espacial norte-americana NASA, quando a posição de um destes objectos celestes se interpõe com a de outro, provoca um bloqueio total ou parcial da luz que ilumina o astro mais distante, ocultando-o.
Da perspectiva terrestre, podemos observar dois tipos de eclipses: lunares e solares. Um eclipse lunar ocorre quando a Terra se posiciona exactamente entre a Lua e o Sol e projecta a sua sombra sobre a superfície lunar, escurecendo-a e conferindo-lhe um tom avermelhado.
África do Sul, Março de 2025. Esa Alexander/Reuters
Março de 2025. John Vizcaino/Reuters
Três tipos de eclipses lunares
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Porque não estão sempre a ocorrer
Os eclipses não acontecem todos os meses porque a órbita da Lua tem uma inclinação de cerca de 5º em relação ao plano da órbita da Terra em torno do Sol (a eclíptica). Isso faz com que, na maior parte das Luas novas e cheias (quando ocorrem os eclipses solares e lunares, respectivamente), a Lua passe acima ou abaixo do alinhamento perfeito entre o Sol e a Terra, o que leva a que a sombra não se projecte da forma correta para criar um eclipse. Só quando a Lua cruza os chamados nodos lunares – os pontos onde a sua órbita cruza a eclíptica – e está numa dessas fases é que o fenómeno acontece, nas chamadas temporadas de eclipse, que ocorrem aproximadamente duas vezes por ano.
Venezuela, Março de 2025. Leonardo Fernandez Viloria/Reuters
LUCY NICHOLSON/Reuters
Observatório Astronómico de Lisboa, Junho de 2011. Pedro Cunha
El salvador, Março de 2025. Jose Cabeza/Reuters