“Quando falei com Mark disse-lhe que não havia nada de especial neste agente do FBI”, explicou o produtor executivo, numa conferência de imprensa de lançamento da série em que a Lusa participou. “Não é o primeiro a entrar em cena, não é bom com armas, não entra numa sala e começa a apanhar pistas que outros deixaram escapar”, descreveu. “Ele era um teólogo, estava à frente de uma paróquia, confessava pessoas”. 

Esse é o pano de fundo para o personagem Tom Brandis, que no início da série vemos a fazer serviço de escritório e não está particularmente em boa forma. Também não parece interessado em regressar ao terreno. 

“O interessante no Tom Brandis é que não é aquele detetive que leva tudo à frente, é o que procura o bom nas pessoas”, usando a sua experiência como padre e uma natureza cândida, com compaixão. “O seu superpoder é a capacidade de olhar para dentro das pessoas e ver os seus problemas e medos e aconselhá-las”, disse o produtor executivo. “Senti que ainda não tínhamos visto isso num detetive”. 

O agente é chamado a formar uma equipa especial para investigar uma série de invasões domiciliárias violentas no condado de Delaware, Pensilvânia, no mesmo subúrbio onde se passou a ação da premiada série ‘Mare of Easttown’, com Kate Winslet, também criada por Brad Ingelsby. 

O produtor não quis usar o mesmo género de mistério sobre o culpado de um crime e optou por escrever uma história em que os dois lados da lei entram em rota de colisão. A audiência sabe desde o início quem comete as invasões domiciliárias. 

“É uma tensão diferente, que pode ser igualmente potente porque nos interessamos por todos os personagens”, disse Ingelsby. “A tensão real é sabermos que eles vão colidir e o medo do que isso irá trazer”. 

O antagonista de Mark Ruffalo é Tom Pelphrey, que dá corpo a Robbie Prendergrast. A série explora-o como um personagem multidimensional, não apenas um criminoso, podendo levar a audiência a simpatizar com os seus motivos sem o tentar fazer abertamente. 

“Fui pai recentemente e sei que farei tudo pela minha filha, por isso para interpretar o Robbie, em que tudo o que ele faz é pelos filhos, nem precisei de piscar os olhos”, disse o ator na conferência. “Nunca senti que o Robbie estivesse muito longe de mim, de uma forma bonita”, acrescentou. 

Outra personagem central que ajuda a entender os motivos de Robbie é a sua sobrinha Maeve Prendergrast, encarnada pela atriz britânica Emilia Jones, que ficou conhecida pelo papel de Ruby no filme vencedor do Óscar ‘CODA’. 

Jones teve de aprender a falar como os nativos de Delaware, que têm um sotaque muito específico, e estudou com uma professora durante cinco meses para o efeito. “Foi difícil mas muito divertido”, contou a atriz, admitindo que em trabalhos subsequentes teve alguma dificuldade em voltar a falar com um sotaque norte-americano considerado padrão. 

A sua personagem é uma jovem zangada, que se ressente do tio Robbie devido aos problemas em que se mete e tem dificuldade em lidar com a sua identidade. 

“Mas o Tom tornou o Robbie tão fácil de se gostar que quase se entende porque é que ele faz o que faz, e respeitamo-lo por ter um sentimento de amor tão grande pela sua família”, afirmou Emilia Jones. “Maeve tem um grande sentido de família e isso fez-me identificar com ela”. 

‘Task’ tem sete episódios que se vão estrear semanalmente na HBO Max Portugal. 

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