Ursula von der Leyen acusa Kremlin de “gozar com a diplomacia, espezinhar o direito internacional e matar indiscriminadamente”. Ataque de domingo visou um edifício do governo de Kiev pela primeira vez.
O Governo português, a Comissão Europeia e o Conselho Europeu condenaram aquele que é considerado o maior ataque com drones e mísseis russos contra a Ucrânia, este domingo, que atingiu a sede do governo em Kiev.
“Portugal condena o mais intenso ataque russo à Ucrânia desde o início da guerra de agressão (810 drones e 13 mísseis), que atingiu diretamente a sede do Governo. Profunda solidariedade com as vítimas (incluindo crianças), as suas famílias e com o povo e as autoridades ucranianos”, lê-se numa publicação feita nas redes sociais do Ministério dos Negócios Estrangeiros português.
Do lado da Comissão Europeia, o Kremlin é acusado de “gozar com a diplomacia, espezinhar o direito internacional e matar indiscriminadamente”.
“Ontem à noite, a Rússia lançou um dos maiores ataques com drones e mísseis contra a Ucrânia, tendo como alvo edifícios governamentais e casas de civis. Mais uma vez, o Kremlin está a gozar com a diplomacia, a espezinhar o direito internacional e a matar indiscriminadamente. A Europa está, e continuará a estar, totalmente solidária com a Ucrânia. Estamos a reforçar as forças armadas da Ucrânia, a criar garantias de segurança duradouras e a reforçar as sanções para aumentar a pressão sobre a Rússia. A matança tem de acabar”, reagiu Ursula von der Leyen.
O porta-voz da Força Aérea da Ucrânia, Yuriy Ihnat, fez saber em declarações à agência de notícias norte-americana Associated Press que o ataque deste domingo “foi o maior ataque russo com ‘drones’ desde o início” da invasão em larga escala da Ucrânia.
De acordo com o mesmo ramo das Forças Armadas, foi possível abater e neutralizar 747 drones e quatro mísseis. Contudo, registaram-se nove impactos de mísseis e 56 ataques com drones em 37 locais do território ucraniano, com um edifício do governo de Kiev a ser atingido pela primeira vez. Em causa está o edifício que acolhe os gabinetes dos ministros ucranianos.
“Pela primeira vez, um edifício governamental foi danificado por um ataque inimigo, incluindo o telhado e os andares superiores”, confirmou a primeira-ministra da Ucrânia, Yulia Svyrydenko, apelando ao “aumento da pressão das sanções — principalmente contra o petróleo e o gás russos”.