A exposição de fotografia itinerante chama-se Gaza Habibti (“Minha Querida Gaza”, em tradução livre) e reúne histórias “de vida, dor, memória e resistência” contadas na primeira pessoa por palestinianos no território cercado e ocupado por Israel. A exposição oferece “uma perspectiva única e íntima da vida quotidiana sob ocupação” ao mesmo tempo que procura dar a conhecer “a identidade e riqueza cultural do povo palestiniano”, lê-se no comunicado dirigido ao P3 pela organização da exposição, o colectivo Parents for Peace.

Com curadoria da Yura Visuals – um grupo de fotógrafos palestinianos que, desde 2019, colecciona narrativas visuais da Palestina e as distribui mundialmente –, a exposição Gaza Habibti, que passou por Lisboa, na Galeria Monumental, revela as obras de fotógrafos como Mohamed Salem e Samar Abu Elouf, ambos vencedores no concurso World Press Photo, e de Fatma Hassona, fotógrafa que assassinada a 16 de Abril de 2025 pelas Forças de Defesa Israelita (IDF) e cujo trabalho já esteve em exposição na Rampa, no Porto.

“O que nos impele a reunir histórias inéditas, inspiradoras e diversas do povo palestiniano tem sido um elemento de esperança”, lê-se no site da Yura Visuals. O que move a Yura Visuals passou a ser, também, “documentar histórias de pessoas que foram assassinadas” pelas IDF. Antes de chegar a Lisboa, Gaza Habibti já viajou pela Alemanha, Países Baixos, Jordânia, Egipto e EUA.

Para além de fotografia, a exposição inclui também uma instalação digital; em paralelo, decorrem sessões de cinema, teatro, partilha de trabalho jornalístico sobre a Palestina, “um programa cultural que nos convoca a reflectir sobre a nossa humanidade comum”, lê-se no comunicado da Parents for Peace. 

A entrada na exposição é feita mediante donativo que reverte a favor da Yura Visuals; o lucro da venda de fotografias será direccionado aos fotógrafos que continuam a desenvolver trabalho, em Gaza, a projectos de apoio à população do enclave.