Gustavo Silva, antigo diretor jurídico das águias, defendeu que não estão reunidas as condições para a utilização deste modelo de voto nas eleições de 25 de outubro
Gustavo Silva, ex-diretor jurídico do clube da Luz, analisa panorama eleitoral
Gustavo Silva, ex-diretor jurídico do Benfica, deu a conhecer o seu ponto de vista sobre questões em aberto das eleições do clube, agendadas para 25 de outubro, em entrevista a A BOLA TV .
O recurso ao voto eletrónico nas Ilhas e no estrangeiro tem dado que falar e ainda não há unanimidade entre as seis candidaturas. «Acredito, em termos abstratos, que o voto eletrónico pode vir a ser uma boa solução, mas isso faz parte de uma maturidade e de uma confiança entre instituição e associados, que eu entendo não existir, sobretudo depois de 2020. Isso ficou muito claro durante a discussão dos estatutos. Neste momento, não estão criadas condições para que o voto eletrónico vá avante. Isto não tem a ver com questões de A ou B, tem a ver com conhecer o Benfica. Qualquer que seja o candidato que ganhe e que seja o próximo presidente tem de ter uma legitimidade reforçada. 2020 não foi assim há tanto tempo e, portanto, entendo que o que vai suceder é que vamos ter voto físico em Portugal continental, nas ilhas e no estrangeiro», começou por explicar.
O jurista alerta para o facto de José Pereira da Costa, presidente da Mesa da Assembleia Geral do clube, estar a lidar com situação delicada em termos de regulamento eleitoral: «As candidaturas não são candidaturas, ele não tem, formalmente, nenhuma candidatura a dizer que não quer. Por exemplo, alguém diz que não quer [voto eletrónico], desiste ou não vai a votos por algum motivo. E os outros todos queriam…»
Gustavo Silva considera «os sócios correspondentes essenciais», pois podem ser «delegados nas várias mesas de voto», pelo que «é um pormenor que pode ser revisto». Já o voto por correspondência, proposto por João Diogo Manteigas, «não está previsto nos estatutos». «Não vejo viabilidade jurídica para avançar», acrescentou, antes de falar nos debates: «A BTV tem capacidade, gostava que isso já estivesse a ser planeado, mas há candidatos que não vão querer.»
Luís Filipe Vieira, antigo presidente do clube, apresentou esta segunda-feira uma proposta de regulamento eleitoral alternativo, porque entende que não deve ser uma das partes a ditar as regras do jogo, nesta caso a Direção de Rui Costa.
«Vou fazer um enorme esforço para nada dizer em relação a isso, porque acho que as pessoas têm um passado e, portanto, o passado em relação à forma como olham para as eleições e para tudo o que é envolvente, fala por si mesmo. Portanto, eu acho que não vale a pena acrescentar nada», rematou o antigo diretor jurídico dos encarnados.