O mesmo parque Ibirapuera que agora ferve com a Bienal de São Paulo, o mundo da arte ainda zonzo com a maratona de aberturas, performances e coquetéis, recebe a partir da semana que vem os nerds da arquitetura que verão na Oca, mais uma vez a sede da Bienal de Arquitetura de São Paulo, projetos que visam aliviar um planeta em chamas.
São obras quase invisíveis, mais a ver com reparar do que construir, na tentativa de resgatar as grandes metrópoles do limbo climático. Um deles é o Museu de Arte Duna, obra da firma chinesa Open Architecture, que construiu galerias subterrâneas à beira do mar, como um castelo de areia futurista que se funde à paisagem. Outra, do mesmo grupo chinês, é o Tank, um museu em Xangai que aproveita a estrutura de um aeroporto desativado, fazendo de cinco enormes armazéns de combustível um espaço para obras de arte.
Na mesma megalópole, o chinês Kongjian Yu, idealizador do conceito de cidades-esponja, técnica que usa a vegetação e o desenho de canais hídricos para revitalizar paisagens urbanas e evitar eventos extremos, construiu um parque linear ao longo do rio Huangpu, ocupando o espaço de um antigo estaleiro da cidade.
Projetos ambiciosos de infraestrutura também vêm da França. Além das obras que o país mostrou na última Bienal de Arquitetura de Veneza, na Itália, numa espécie de reprise daquela exposição em solo tropical, os franceses aproveitam o chamado ano Brasil-França para detalhar na Oca o Grand Paris Express. É um anel ferroviário de 200 quilômetros de extensão, que vai circundar toda a região metropolitana da capital francesa, percorrendo 68 estações no trajeto.
Pierre-Emmanuel Becherand, o arquiteto responsável pela megaobra, vai falar sobre a construção de R$ 206 bilhões na Bienal de Arquitetura. O evento é liderado por Renato Anelli, com realização do braço paulista do Instituto de Arquitetos do Brasil.
PONTE AÉREA Mal acabou a SP-Arte Rotas e os galeristas já fazem as malas para o Rio de Janeiro, onde começa nesta semana a ArtRio, o segundo maior evento desse mercado no país. É a primeira edição da feira carioca sem o comando de Brenda Valansi, fundadora do evento que até agora era seu rosto e porta-voz. Galerias paulistanas, como Casa Triângulo, Luisa Strina e Paulo Kuczynski, entre outras, marcarão presença.
Do Rio de Janeiro, o centro cultural Solar dos Acabaxis lança ainda na ArtRio múltiplos das artistas Agrade Camíz e Castiel Vitorino Brasileiro, agora com uma exposição na cidade, e de Assume Vivid Astro Focus, o Avaf, projeto artístico de Eli Sudbrack.
DUPLA JORNADA Um dos fundadores do Solar, Bernardo Mosqueira, assume no ano que vem a direção artística da SP-Arte Rotas, no lugar de Rodrigo Moura.
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