Para muitos, o pequeno-almoço é a refeição mais importante do dia. Já segundo um novo estudo, não só é importante tomá-lo como a hora a que o faz. Se acaba por fazê-lo mais tarde, pode correr o risco de sérios problemas. A investigação foi publicada na Communications Medicine.

Os autores revelaram que as pessoas que consumiam o pequeno-almoço mais tarde acabavam por correr um risco maior de virem a ter diversos problemas de saúde. Ao fazê-lo mais tarde, existe uma hipótese mais elevada de virem a desenvolver doenças físicas e psicológicas, como fadiga, problemas de saúde oral, ansiedade e até depressão.

Mais grave foi a hipótese de vir a ter um risco maior de morte precoce. Por cada hora de atraso ao tomar o pequeno-almoço, foi associado um risco 10% maior de morte. Ainda assim, os autores não explicam que possa existir uma causa direta, mas sim uma associação.

Leia Também: Estudo deixa alerta: O impacto negativo dos adoçantes na saúde cerebral

“À medida que as pessoas vivem mais tempo com os avanços da medicina, manter a qualidade de vida torna-se cada vez mais importante”, começou por dizer Hassan Dashti, um dos autores do estudo, ao Medical News Today.

O que acontece quando toma o pequeno-almoço tarde?

“Os idosos enfrentam maiores riscos de doenças crónicas, declínio funcional e redução da independência. A investigação que identifica oportunidades não farmacológicas para promover o envelhecimento saudável, como a dieta, o sono e o estilo de vida, pode ajudar a reduzir a carga de doença e proporcionar vidas mais saudáveis na velhice”, continua.

Desta forma, consumir o pequeno-almoço tarde pode não fazer com que tenha uma vida mais curta, mas pode indicar outro tipo de problemas que influenciam a sua saúde em geral. 

“Até agora, tínhamos uma visão limitada de como o horário das refeições evolui mais tarde na vida e como essa mudança se relaciona com a saúde geral e a longevidade. O horário em que comemos foi recentemente reconhecido como um fator importante que influencia o metabolismo, o sono e a saúde em geral”, continua.

“A maioria dos estudos, no entanto, centrou-se em adultos mais jovens ou trabalhadores que faziam horários noturnos. Os adultos mais velhos podem ser particularmente afetados por alterações no horário das refeições devido a problemas de saúde e transições no estilo de vida”.

Como foi feito o estudo?

O estudo analisou quase três mil adultos do Reino Unido entre os 42 e os 94 anos. Os participantes foram acompanhados ao longo de 20 anos tendo em conta os horários das refeições e os comportamentos de saúde.

“A associação entre a mudança para um pequeno-almoço mais tardio e um maior risco de mortalidade indica que o horário das refeições pode refletir mais do que apenas uma preferência pessoal e pode estar ligado ao envelhecimento biológico ou ao declínio da saúde”, continuou Hassan Dashti. Apesar dos resultados promissores, acredita que são necessários mais estudos para confirmar a teoria e apresentar conclusões mais definitivas.

“Como este estudo foi observacional, os resultados precisam de ser confirmados em futuros estudos experimentais. Os próximos passos desta investigação passam por testar se o ajuste do horário das refeições, como incentivar o pequeno-almoço mais cedo ou manter horários de refeições consistentes, pode ajudar a melhorar significativamente a saúde e a longevidade dos mais velhos.”

Leia Também: Nem só para emagrecer. Ozempic pode ser esperança para outro problema