Avelino Israel
Fundação Cultural Cassiano Ricardo
“É incrível poder publicar este primeiro livro por meio de um projeto tão especial do Museu do Folclore. Eu vivo para a Capoeira e desde pequena vivencio esta manifestação da cultura popular. Para mim é muito importante ter esta publicação, pois significa um reconhecimento à esta expressão cultural”.
A declaração é da paulistana Carla Alves de Carvalho, 43 anos, a Carla Natureza, como é conhecida no meio da Capoeira, sobre o seu primeiro livro – Vozes do Sertão: A poética nas ladainhas da Capoeira Angola –, que será lançado no próximo dia 20, às 17h, durante a 11ª edição da Flim (Festa Literomusical de São José dos Campos).
A obra configura o 31º volume da Coleção Cadernos de Folclore, projeto do Museu do Folclore de São José dos Campos que visa informar e divulgar pesquisas relacionadas ao folclore e à cultura popular; viabilizado anualmente pelo CECP (Centro de Estudos da Cultura Popular) e Fundação Cultural Cassiano Ricardo.
Os volumes impressos da coleção são distribuídos gratuitamente durante o lançamento e também estão disponíveis para retirada na Biblioteca Maria Amália Corrêa Giffoni, do Museu do Folclore. A coleção toda pode ser acessada digitalmente pelo site do museu.
Conteúdo
Livros serão distribuídos no lançamento | Foto: Divulgação
O 31º volume destaca a prática da Capoeira Angola em São José e contém versos específicos que são as ladainhas, transmitidas pela oralidade. “É um livro enriquecedor para a Capoeira, não só para os capoeiristas, mas para todos que gostam e apreciam a nossa história e a cultura popular”, enfatiza Carla Natureza.
A obra escrita por Carla foi baseada na sua pesquisa de mestrado – Versos, veredas e vadiação: uma viagem no mundo da capoeira –, onde abordou as ladainhas da Capoeira como expressão poética e social da oralidade viva. “Busquei abordar a voz que ecoa em roda e que se expressa por meio de versos”, esclarece.
Trajetória
Carla Natureza durante roda de Capoeira | Foto: Divulgação
“Embora eu tenha nascido na capoeiragem, foi só na década de 2000 que conheci a Capoeira Angola numa festa de 7 de setembro, quando entrei para a faculdade na Unesp (Universidade Estadual de São Paulo) de Assis, onde me formei em Letras e obtive o mestrado em Literatura e Vida Social.
Carla é Contramestra de Capoeira Angola formada pelo Mestre Claudio Costa, fundador da Escola Angoleiros do Sertão, em Feira de Santana (BA). O grupo se ramificou em diversos núcleos pelo Brasil e pelo mundo.
“Desenvolvo meu trabalho com Capoeira desde 2014. O núcleo que lidero atua de maneira marcante no município, com rodas mensais na rua, treinos semanais, encontros anuais, projetos sociais, além de apresentações artísticas e culturais”, explica Carla Natureza.
Feira
A Flim (Festa Literomusical de São José dos Campos) acontece nos dias 19, 20 e 21 de setembro no Parque Vicentina Aranha, com realização da AFAC (Associação para o Fomento da Arte e da Cultura), Fundação Cultural Cassiano Ricardo e Prefeitura Municipal de São José dos Campos.
Gestão
O Museu do Folclore é um espaço da Fundação Cultural Cassiano Ricardo, que funciona desde 1997 no Parque da Cidade. Sua gestão é feita pelo CECP (Centro de Estudos da Cultura Popular), organização da sociedade civil sem fins lucrativos.
Museu do Folclore de SJC
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