Numa altura em que as forças policiais norte-americanas estão cada vez sob mais pressão, um vídeo publicado nas redes sociais reacendeu o debate sobre a discriminação racial, assunto que ganhou maior destaque desde a morte de George Floyd, em 2020. A gravação, feita por William (Will) Mcneill Jr., mostra agentes da polícia a agredi-lo no decorrer de uma paragem de trânsito em Jacksonville, na Flórida, no passado mês de fevereiro. Em entrevista à ABC News, a vítima, que decidiu levar o caso a tribunal, disse que quer “justiça para todas as pessoas negras na América e em todo o mundo”.

As imagens mostram o jovem de 22 anos, dentro do seu carro, a perguntar porque tinha sido parado, enquanto se recusava a sair do veículo. Como não obedeceu, os agentes quebraram o vidro, deram um  murro na cara Mcneill e puxaram-no para fora do carro, onde o atiraram para o chão e o algemaram. William Mcneill não parece resistir nem retaliar.

Questionado pela ABC News sobre porque não obedeceu aos polícias, respondeu: “Temi pela minha vida. Estava assustado, com medo. Cresci a ouvir que o agentes nos protegem, mas não foi esse o caso”. Aliás, o jovem diz que, depois do que lhe aconteceu ainda continua com receio dos polícias, que tem pesadelos e que deixou de conduzir: “Já não conduzo. Só porque já não confio em polícias”, explica.

A família e advogados do jovem acusaram ainda os agentes de ter apontado uma arma à sua cabeça, mas estas declarações não são suportadas nem pelo relatório oficial, nem pelas imagens das bodycams divulgadas posteriormente pelo Gabinete do Xerife de Jacksonville.