Para Miguel Raposo, CEO da Talents, as férias ideais são sem televisão, sem email e sem WhatsApp, ainda que admita não resistir a espreitá-los ocasionalmente. Para se afastar da realidade laboral quotidiana e poder inspirar-se a partir das observações e das vivências de outros destinos, tende a eleger locais menos concorridos, como Formentera (na foto). No regresso à agência, já tem as primeiras reuniões alinhadas e os temas mais urgentes sinalizados.
O que é que não faz durante as férias que faz habitualmente quando está a trabalhar?
Durante as férias, tento não consultar o email com a mesma frequência. É um dos poucos momentos em que consigo desligar, ainda que parcialmente. Confesso que continuo a espreitá-lo, normalmente ao final do dia, mas tento evitar as notificações e deixo o WhatsApp em pausa sempre que possível. É um hábito que me ajuda a quebrar o ritmo e a criar espaço para outras ideias.
Estar de férias significa desligar ou inspirar-se para novas ideias a aplicar no trabalho?
Para mim, férias não são sinónimo de desligar totalmente, muito pelo contrário. É quando consigo pensar com mais clareza no que aí vem. É uma pausa que uso, sobretudo, para refletir sobre a estratégia, imaginar o que quero construir nos meses seguintes e projetar o ano seguinte.
A distância do dia a dia dá-me uma nova perspetiva. Seja numa corrida matinal ou numa esplanada à beira-mar, é nas férias que muitas das ideias mais importantes ganham forma.
Quais são os jornais, programas de televisão, podcasts, sites ou outros meios de comunicação que segue durante as férias?
Durante as férias, tento mesmo desligar. Troco os jornais e as notícias por livros. Leio muitos livros. Os últimos que li foram ‘Good To Great’ de Jim Collins, ‘The Hard Thing About Hard Things’ de Ben Horowitz e ‘Leaders Eat Last’ de Simon Sinek. A televisão fica totalmente fora da equação.
Há alguns episódios de podcasts que tenho em atraso e aproveito para pôr em dia, mas é tudo num registo mais leve. Escolho, sempre que posso, destinos com pouca rede. É a forma mais eficaz de garantir essa pausa. Normalmente, essa desconexão dura cerca de uma semana. Depois disso, volto a estar
mais atento, ainda que de forma mais tranquila.
Quais são as marcas que o acompanham nas férias?
Nas férias, dou espaço ao meu lado mais consumista. Gosto de explorar novidades, sobretudo tecnológicas e do universo automóvel. É quando tenho tempo para mergulhar em conteúdos de gadgets, carros e lançamentos. Também acompanho as marcas com as quais trabalho ou me relaciono profissionalmente, mas nas férias permito-me seguir mais aquilo que me entusiasma como consumidor.
Qual é a primeira coisa que faz quando regressa ao escritório?
Como vou preparando algumas coisas ao longo das férias, o regresso não costuma ser caótico. Por norma, já tenho as primeiras reuniões alinhadas e os temas mais urgentes sinalizados.
A primeira coisa que faço é reunir com a equipa, para perceber o que ficou fechado, o que está em andamento e o que temos para lançar. É um momento importante para voltar a sincronizar, para perceber onde estamos e para alinhar os próximos passos. Não costumo tomar grandes decisões no primeiro dia de regresso ao trabalho. Prefiro ouvir, observar e, só depois, agir.