Num momento em que enfrenta duras críticas de vários quadrantes políticos por causa da posição da UE sobre o genocídio em Gaza, a guerra na Ucrânia e o acordo comercial com os Estados Unidos, Ursula Von der Leyen defende que a Europa tem de lutar pelo seu lugar no mundo.
No primeiro discurso sobre o Estado da União do segundo mandato, a presidente da Comissão Europeia quer que este seja o momento de independência da UE.
“É sobre ter o poder e a liberdade para determinar o nosso destino e nós conseguimos fazê-lo”.
A presidente da Comissão Europeia revela a intenção de criar um grupo de doadores da Palestina, em outubro. Ursula Von der Leyen acrescenta que será incluindo “um instrumento” dedicado à reconstrução da Faixa de Gaza.
No discurso em Estrasburgo, a responsável da Comissão Europeia defendeu também que a União Europeia deve encontrar uma nova forma de financiar a defesa da Ucrânia contra a Rússia.
“Esta é a guerra da Rússia. E é a Rússia que deve pagar. É por isso que precisamos de trabalhar urgentemente numa nova solução para financiar o esforço de guerra da Ucrânia com base nos ativos russos imobilizados”, sublinhou Von der Leyen.
A estratégia vai passar por utilizar os saldos de caixa associados aos ativos russos congelados na Europa.
“Com os saldos de caixa associados a estes ativos russos podemos fornecer à Ucrânia um Empréstimo de Reparação. Os ativos em si não vão ser afetados. E o risco terá de ser assumido coletivamente”, afirmou no Parlamento Europeu.
Von der Leyen não deu mais detalhes sobre como poderá ser delineado este “empréstimo de reparação”. No entanto, assegurou que a Ucrânia só vai pagar o empréstimo quando a Rússia pagar as reparações de guerra.
A presidente da Comissão não referiu os valores que podem vir a ser envolvidos neste “empréstimo de reparação”.
Ursula Von der Leyen anunciou uma cimeira para fazer regressar as crianças raptadas pela Rússia na Ucrânia, para além do 19º pacote de sanções a Moscovo.
A presidente da Comissão Europeia vai também propor ao Conselho Europeu, na reunião de outubro, a criação de um Semestre Europeu da Defesa para monitorizar até 2030 os projetos realizados nesta área.