Era um fim de tarde de 10 de julho em Paris. Turistas curtiam a quinta-feira na Place de la Contrescarpe, no bairro boêmio de Mouffetard. De repente, um trio de cantoras começa a destilar os primeiros tons de Bohemian Rhapsody, um clássico da banda inglesa Queen imortalizado na voz de Freddie Mercury. Turistas e moradores, curiosos, buscavam entender de onde vinha o som, até que elas surgiram da sacada de um prédio. Depois, o pianista Julien Cohen surgiu do nada e o cantor principal Mickey Callisto entrou em cena sobre uma carruagem. Até esta terça-feira, o vídeo do que Julien chamou de “o flashmob mais insano de Bohemian Rhapsody” teve mais de 70 milhões de visualizações em 20 horas e “explodiu”. “Foi um momento verdadeiramente bonito”, disse Callisto ao Correio. “A ideia partiu de Julien. Ele me chamou e perguntou o que eu achava de ser o cantor principal de um flashmob em uma praça de Paris. As cantoras na janela, a guitarra incrível em um solo, uma banda sintonizada… Foi brilhante!”, acrescentou.
Segundo Callisto, a música escolhida fala por si. “Acho que sei porque Julien decidiu escolhê-la. Bohemian Rhapsody é uma musíca que ressoa em todo o mundo, dos mais jovens aos mais velhos, mesmo tendo sido composta há 50 anos. Também foi uma forma de comemorar o meio século de lançamento dessa canção. Para mim, a música foi um presente, é uma canção incrível, que mostra o poder de Freddie Mercury. Ele foi uma lenda e teve uma influência muito importante para mim”, disse o cantor. “Foi divertido ver a reação durante a nossa apresentação. Algumas pessoas ficaram em choque, outras aproveitaram para apreciar sua comida ou bebida. Acho que o fato de eu ter chegado de carruagem e da canção entoada da janela foi uma surpresa para elas. Foi uma oportunidade para apreciarem algo diferente durante o dia. Espero que não seja a última vez que fazemos isso.”
Rodrigo Craveiro Subeditor de Mundo
Jornalista formado pela Universidade Federal de Goiás (UFG) em 1997. Curioso por natureza, adora buscar histórias. Desde 2005, trabalha no Correio Braziliense, onde entrevistou laureados com o Nobel da Paz, embaixadores e ex-presidentes.