Frederico Varandas recebeu neste verão uma proposta da Arábia Saudita, que acabou por não aceitar. O contacto veio do Fundo de Investimento Soberano (PIF), controlado pelo governo saudita, e era para Varandas trabalhar no Al Ahli, um dos quatro grandes do país.
O dirigente chegou a ouvir em detalhe qual era o projeto que o Al Ahli lhe apresentava, mas não quis abandonar o Sporting, segundo apurou o nosso jornal – a informação da descartada oferta saudita foi publicada inicialmente pelo jornal Observador.
O Al Ahli, de Jeddah (uma cidade na costa do Mar Vermelho, considerada nesta altura a que oferece melhor qualidade de vida na Arábia Saudita), foi o vencedor da Liga dos Campeões Asiáticos e da recente Supertaça Saudita. Tem no plantel jogadores como Mahrez, Kessié, Ivan Toney, Demiral e Galeno.
Ora o que é também importante referir é que Frederico Varandas não foi o único dirigente português contactado nos últimos meses pelo Fundo de Investimento Soberano, para se juntar a tantos outros compatriotas e trabalhar no multimilionário futebol saudita.
Miguel Ribeiro, para começar…
O Maisfutebol sabe que outros dirigentes de peso no futebol nacional também estiveram em conversações com os clubes ligados ao PIF, tendo o primeiro caso mais flagrante (sem evolução) envolvido Miguel Ribeiro, do Famalicão.
Em 2023, o presidente da SAD famalicense recusou uma forte investida do Al Nassr, que atualmente é liderado por outros dois compatriotas: Simão Coutinho (diretor desportivo), ex-agente da Proeleven, e José Semedo (CEO), ex-jogador e amigo de longa data de Cristiano Ronaldo.
…Mário Branco e Tiago Lopes…
Outro nome desta lista é Mário Branco. Antes de ser convidado pelo Benfica, o diretor desportivo rejeitou também duas propostas dos sauditas, sendo uma do Al Hilal e outra do Al Ettifaq. Tinha acabado de sair do Fenerbahçe e desejava regressar a Portugal.
Tiago Lopes, CEO do Casa Pia, foi outro a ter uma proposta oficial do Fundo de Investimento Soberano, para trabalhar num clube fora dos quatro grandes: recorde-se que clubes como o NEOM, o Al Qadsiah e o Al Diriyah pertencem a empresas estatais, que são controladas pelo PIF.
O contacto foi recente e também não teve sucesso: o dirigente considerou que este não era o momento de se juntar ao futebol saudita, nem a proposta era irrecusável ao ponto de alterar esses planos.
… e o sucesso de Domingos Soares de Oliveira
Neste momento, uma das maiores referências nos bastidores do futebol saudita é de origem portuguesa, inclusivamente. É um velho conhecido do Benfica, aliás: Domingos Soares de Oliveira.
O ex-administrador da SAD encarnada seguiu para o Médio Oriente em 2023, para liderar a estrutura do Al Ittihad. Logo na segunda temporada no cargo, atingiu o título nacional, numa equipa formada por craques internacionais, entre eles o português Danilo Pereira, o brasileiro Fabinho e os franceses N’Golo Kanté e Karim Benzema.
«Antes da mediática reestruturação do futebol no país, a liga saudita era formada por muitos profissionais egípcios. Eram eles que faziam o ‘middle management’, entre outras palavras. Agora, o foco é mais profissional e está com um olhar muito em cima dos portugueses», explicou uma fonte próxima ao PIF, ao Maisfutebol.
«Os portugueses estão em alta, e digo também os dirigentes, não apenas os jogadores e os treinadores. Percebem que o profissional português é mais bem preparado, estudado e, não menos importante, cobra mais barato no mercado, numa comparação direta com italianos, espanhóis e ingleses, por exemplo», completou.
Por fim, quem pode seguir os passos de Domingos Soares Oliveira em solo saudita é Rui Pedro Braz. Oficialmente de saída do Benfica, o ainda diretor desportivo já recebeu contactos do Fundo de Investimento Soberano (PIF) e, agora, avalia o próximo passo na carreira.