O ministro dos Negócios Estrangeiros reiterou que Portugal está aberto ao reconhecimento do Estado da Palestina, mas sublinhou que o país é soberano e a sua política não é definida por outros Estados. As declarações de Paulo Rangel surgem depois de o Presidente francês, Emmanuel Macron, ter anunciado que vai reconhecer o Estado da Palestina na Assembleia das Nações Unidas, em Setembro.
“Portugal sempre esteve aberto e estará a esse reconhecimento” do Estado da Palestina, insistiu o ministro social-democrata, em declarações aos jornalistas, um dia depois do anúncio de Macron ― que, disse Paulo Rangel, “não é uma novidade”, já que “é a terceira vez, nos últimos quatro meses, que o presidente Macron diz que vai reconhecer” a Palestina.
Assinalando que França faz parte do leque de “parceiros” com os quais Portugal “tem tido um caminho comum”, o ministro dos Negócios Estrangeiros sinalizou que “Portugal é um país soberano e portanto a sua política não é definida pelos outros Estados”, embora tenha “sido sempre articulada com Estados parceiros”. No Parlamento, em Junho, Luís Montenegro afastou a possibilidade de o país reconhecer a Palestina fora de um “quadro de concertação estratégica à escala europeia”.
Paulo Rangel assinalou ainda que participará numa conferência, nos dias 28, 29 e 30 de Julho, em Nova Iorque, organizada pela França e Arábia Saudita, “sobre a solução dos dois Estados”. “Portugal continua a acompanhar este processo de forma muito próxima”, assegurou.
Emmanuel Macron anunciou esta quinta-feira que a França vai reconhecer o Estado da Palestina, um anúncio feito numa publicação na sua conta oficial na rede social X. “Fiel ao seu compromisso histórico com uma paz justa e duradoura no Médio Oriente, decidi que a França reconhecerá o Estado da Palestina. Farei um anúncio solene na Assembleia Geral das Nações Unidas em Setembro próximo. A necessidade urgente hoje é que a guerra em Gaza termine e que a população civil seja resgatada. A paz é possível”, escreveu o presidente francês.