Uma criança em idade escolar morreu em Los Angeles, nos Estados Unidos, vítima de panencefalite esclerosante subaguda, uma complicação rara e fatal do sarampo. A doença neurológica se desenvolveu anos após a criança ter contraído o vírus na primeira infância, quando ainda não tinha idade para receber a vacina. O caso foi confirmado nesta quinta-feira (12/9) pelas autoridades de saúde do Condado de Los Angeles.

A panencefalite esclerosante subaguda causa deterioração cerebral progressiva e não possui tratamento curativo. O risco de desenvolver esta complicação é de aproximadamente 1 em cada 10.000 pessoas infectadas pelo sarampo, mas aumenta significativamente para 1 em 600 quando a infecção ocorre em bebês.

Segundo a NBC, os Estados Unidos enfrentam o pior surto desde que o país eliminou a doença nos anos 2000. Foram registrados 1.454 casos desde o início de 2025, superando um recorde anterior em 2019, que havia sido impulsionado por um surto em comunidades judaicas ortodoxas em Nova York com baixas taxas de vacinação. As autoridades afirmam que a maioria dos casos relatados neste ano também têm relação com a falta de vacinação, sendo de pessoas não vacinadas ou que tinham o status de vacinação desconhecido. 

“Este caso é um doloroso lembrete de quão perigoso o sarampo pode ser, especialmente para os membros mais vulneráveis ​​da nossa comunidade”, afirmou o agente de saúde do Condado de Los Angeles, Muntu Davis, em comunicado. “Bebês muito pequenos para serem vacinados dependem de todos nós para protegê-los por meio da imunidade comunitária. A vacinação não se trata apenas de proteger você, mas também de proteger sua família, seus vizinhos e, especialmente, as crianças que são muito pequenas para serem vacinadas”, completou. 

No Brasil, a situação é diferente. A cobertura vacinal ultrapassou a meta nacional de 95% no último ano. O ministério da Saúde distribuiu mais de 12 milhões de doses da vacina tríplice viral em 2025, sendo que 2,4 milhões foram aplicadas até meados de julho.

Vacinação

A vacina contra o sarampo é recomendada para crianças a partir de 12 meses, com a segunda dose aos 15 meses. Pessoas de 1 a 59 anos que não comprovem as duas doses do esquema vacinal também devem se imunizar. Em locais com surto da doença, crianças de 6 meses a 1 ano precisam receber uma dose extra, conforme orientação do Ministério da Saúde.

Gestantes e pessoas com comprometimento do sistema imunológico devem consultar um médico antes de tomar a vacina. A imunização é fundamental não apenas para proteger quem recebe a vacina, mas também aqueles que não podem ser vacinados por questões de idade ou condições de saúde.