O próximo livro de Itamar Vieira Junior, “Coração sem Medo”, já tem contrato assinado para ser publicado em mais oito países, incluindo Portugal, Reino Unido e Estados Unidos —isso antes mesmo do lançamento do romance no Brasil, em outubro.

O escritor baiano tem incrementado seu leitorado estrangeiro em proporções raras para autores daqui. “Torto Arado”, cuja tradução ao inglês foi finalista do prêmio Booker Internacional no ano passado, já chegou a 54 países além do Brasil, em 33 idiomas.

Para se ter um parâmetro de comparação, o obituário de Jorge Amado em 2001 registrava que sua obra chegava a 55 países em 49 idiomas —e o autor foi um dos maiores responsáveis por construir o imaginário da literatura brasileira fora do país.

Itamar passou a ser representado há pouco pela Wylie, que costuma ser vista como a mais poderosa —e voraz— agência literária do mercado mundial. Isso deve se refletir numa ampliação do alcance do escritor em editoras estrangeiras mais parrudas.

“Salvar o Fogo”, o segundo livro da “trilogia da terra” que se encerra em outubro com “Coração sem Medo”, já foi traduzido para 12 línguas.

O terceiro e último livro sai daqui a exatamente um mês, pela Todavia como os outros, e é o primeiro romance em que Itamar explora um ambiente urbano —uma comunidade de Salvador, onde a operadora de caixa Rita Preta sai em busca de seu filho adolescente desaparecido.

SEMPRE FOI LINDO O jornalista Rafael Sento Sé vai lançar em outubro pela Autêntica o resultado de sua pesquisa de 13 anos sobre a poeta Jane Catulle Mendès, grande celebridade na França do início do século 20 —e que tem relação umbilical e pouco conhecida com o Brasil. A escritora é tida como a responsável por dar o apelido de “Cidade Maravilhosa” ao Rio de Janeiro durante sua visita à cidade em 1911, quando foi recebida como estrela. Sento Sé faz do livro, além de biografia da autora, um panorama da efervescência daquele momento na então capital brasileira —que, como se vê, cativa gringos há tempos.

MATA DOCE A editora amazonense Valer está trazendo de volta ao mercado o romance “A Voragem”, obra fundamental da literatura latino-americana fora de catálogo há um bom tempo. O livro do colombiano José Eustasio Rivera, cuja publicação completou cem anos há pouco, é considerado um dos pioneiros em ambientar sua trama na floresta amazônica.

Tudo a Ler

FIO DA NAVALHA A Ação da Cidadania, organização não governamental fundada por Betinho, inaugura seu braço editorial na próxima semana, perto do aniversário de 90 anos do ativista e sociólogo. A iniciativa será dirigida por Pascoal Soto, editor experiente no mercado, ao lado do diretor-executivo da ONG, Rodrigo Afonso, e de Daniel Souza, filho de Betinho.

FIO DA NAVALHA 2 A Ação Editora vai começar com “Machado, o Filho do Inverno”, primeiro de dois volumes de uma biografia que ressalta a negritude do autor de “Dom Casmurro”, escrita pelo pesquisador C.S. Soares; “Matou Uma, Matou Todas”, do jornalista Klester Cavalcante, que reconstrói a vida de vítimas de feminicídio; e “O Prato Vazio”, livro infantojuvenil de Adriana Falcão e Bruno de Almeida que fala sobre desigualdades do ponto de vista de um prato.


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