Um debate crescente na comunidade científica tem levantado questionamentos sobre os efeitos do consumo crônico de adoçantes artificiais na saúde. Embora agências reguladoras os considerem seguros dentro dos limites de ingestão diária aceitável (IDA), pesquisas recentes exploram os impactos dessas substâncias no metabolismo e no microbioma intestinal.
Impacto no paladar e no cérebro
O consumo de adoçantes artificiais, que fornecem sabor doce sem calorias, pode ter efeitos na regulação do apetite. A dissociação entre o sabor doce e a energia pode “confundir” o cérebro, segundo algumas pesquisas. O uso regular desses produtos pode levar a uma dessensibilização do paladar, o que poderia aumentar o desejo por alimentos mais doces. Esta área de pesquisa ainda é objeto de debate.
Uma área de estudo mais consistente – publicado na PubMed – mostra que muitos adoçantes não são absorvidos e interagem diretamente com os micro-organismos do intestino. Estudos publicados em periódicos de alto impacto indicam que adoçantes como sacarina, sucralose e aspartame podem alterar a composição do microbioma intestinal, um desequilíbrio conhecido como disbiose. Um microbioma saudável é crucial para funções como digestão e imunidade. A disbiose está associada a riscos de inflamação e distúrbios metabólicos.
Adoçante x diabetes
Pesquisas recentes sugerem que as alterações no microbioma intestinal causadas por alguns adoçantes podem impactar a tolerância à glicose. As novas populações de bactérias podem produzir substâncias que afetam o gerenciamento de açúcar no sangue. A Organização Mundial da Saúde (OMS) emitiu uma diretriz em 2023 desaconselhando o uso de adoçantes artificiais para controle de peso e da diabetes a longo prazo.
Tipos e recomendações
Adoçantes artificiais incluem diferentes substâncias. O aspartame é um dos mais antigos e perde doçura com o calor. A sucralose, derivada do açúcar, é estável ao calor e comum em produtos industrializados. A sacarina é o adoçante mais antigo e pode deixar um sabor residual. A estévia, de origem vegetal, tem seus extratos também sob estudo.