A cerca de um mês e meio das eleições no Benfica, os seis candidatos à presidência do clube afinam as últimas estratégias e tentam perceber o que pode fazer a diferença para conquistar o voto dos associados. Segundo um estudo de opinião do IPOM – Instituto de Pesquisa de Opinião de Mercado, realizado através de entrevista telefónica entre 3 e 6 de setembro, Rui Costa tem 35% das intenções de voto, Luís Filipe Vieira 29%, João Noronha Lopes 9%, João Diogo Manteigas 5% e os candidatos Cristóvão Carvalho e Martim Mayer não foram destinatários de qualquer intenção de voto. Desta forma, a antiga dupla que comandou o clube da Luz durante mais de uma década – e que foi desfeita em 2021 – conseguiria 64% dos votos, contra apenas 14% dos restantes candidatos.
Nesta sondagem encomendada ao IPOM por um grupo de sócios do Benfica – e à qual o Polígrafo Futebol teve acesso em 1.ª mão –, a percentagem de indecisos é ainda significativa (17%), ao contrário da referente a quem declara que não vai votar (5%).
Estes resultados já refletem a ponderação dos votos conforme a antiguidade de sócio dos 505 entrevistados que constituíram a amostra, seguindo as regras que estão fixadas pelos estatutos do clube: de +1 a 5 anos = 3 votos; +5 a 10 anos = 10 votos; +10 a 25 anos = 20 votos; +25 anos = 50 votos.
Aliás, é possível analisar os resultados por segmentação temporal, que indicam que Rui Costa tem o seu melhor resultado – e consegue mesmo a maioria absoluta – nos três escalões mais jovens de associados (com 53%, 47% e 39%, respetivamente), enquanto Luís Filipe Vieira tem o melhor score nos sócios com +25 anos (31%, ainda assim um ponto percentual abaixo do seu delfim, agora adversário). A melhor categoria de João Noronha Lopes é a que vai dos +5 a 10 anos (12%) e a de João Diogo Manteigas é a dos +1 a 5 anos (9%).
A sondagem do IPOM, que tem 4,5% de margem de erro e optou pela não distribuição dos indecisos, colocou ainda duas outras perguntas aos inquiridos, sobre qual o candidato mais temido pelos rivais e quais os fatores que pesaram mais para o voto (de uma lista predefinida).
Luís Filipe Vieira é considerado o mais temido (52,3%), seguido de Rui Costa (23,6%) e João Noronha Lopes (8,3%). Quanto às razões para a escolha de um dos seis concorrentes, destacaram-se das demais a “experiência do candidato” (32,5%) e a “ligação histórica do candidato ao clube” (29,1%).
Aguiar Falcão de Castro, diretor do IPOM e coordenador deste estudo, referiu ao Polígrafo Futebol que esta já é uma “amostra bastante consistente”, sublinhando que a percentagem de indecisos é ainda elevada e que, até pelos números já atingidos por Rui Costa e Luís Filipe Vieira, é da candidatura de João Noronha Lopes a potencial margem de crescimento mais significativa.