Um agente do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras norte-americano (ICE, na sigla em inglês) matou um homem a tiro, esta sexta-feira, durante uma tentativa de detenção num subúrbio de Chicago. A morte foi anunciada pelo Departamento de Segurança Interna e pelas autoridades locais.

Os agentes do ICE estavam a realizar uma abordagem a um veículo para prender Silverio Villegas-Gonzalez, quando o homem terá conduzido o carro contra os agentes, informou o Departamento de Segurança Interna (DHS, na sigla em inglês) num comunicado. Um dos agentes disparou contra Villegas-Gonzalez depois de ter sido arrastado pela viatura, acrescenta-se no texto.

O agente, cujo nome não foi revelado, ficou ferido, mas encontra-se em estado estável, de acordo com o DHS. A Reuters não conseguiu apurar imediatamente informações de contacto para chegar à família de Villegas-Gonzalez, mas, segundo as autoridades, o imigrante estava no país ilegalmente.

O DHS defende o ICE, garantindo que o agente usou a “força apropriada” durante o incidente e informou que Villegas-Gonzalez tinha um historial de condução imprudente. A agência afirmou ainda que os activistas encorajaram as pessoas em situação ilegal no país a resistir à lei, uma reivindicação rejeitada pelos funcionários eleitos.

“Alertámos para o facto de as tácticas agressivas da ICE e o desrespeito pelo devido processo legal constituírem uma escalada violenta”, afirmam os deputados da Câmara dos Representantes Jesús “Chuy” García e Delia Ramirez e a deputada do estado de Illinois Norma Hernandez, num comunicado assinado pelos três democratas.

“Os activistas e os funcionários eleitos em Chicago têm alertado as pessoas para se protegerem e conhecerem os seus direitos se tiverem um encontro com as forças de segurança”, escreveram García, Ramirez e Hernandez em comunicado.

Lilian Jimenez, deputada de Illinois em Chicago, também criticou o ICE pela morte em Franklin Park, um bairro nos subúrbios de Chicago: “Esta situação põe em perigo toda a nossa comunidade, com o ICE a agir desta forma. Agora, vimos a pior circunstância que nos preocupava a todos. Roubaram a vida de um membro da nossa comunidade.”

O DHS informou que o incidente ocorreu em Chicago. Jimenez e o governador do Illinois, JB Pritzker, especificam que aconteceu em Franklin Park. “O povo de Illinois merece um relato completo e factual do que aconteceu hoje, para garantir transparência e responsabilidade”, escreveu Pritzker no X.

O Presidente Donald Trump, republicano, ameaçou nas últimas semanas enviar equipas da Guarda Nacional e oficiais federais para Chicago, liderada pelos democratas, para combater o crime e a imigração ilegal. Na segunda-feira, a Administração Trump informou que lançou uma acção de controlo da imigração em Chicago e noutras partes do estado de Illinois, a que chamou de Operação Midway Blitz.

Até agora, a operação tem-se assemelhado mais a operações de fiscalização do que às mobilizações de tropas que Trump autorizou em Los Angeles e Washington, D.C., neste Verão, mas as ameaças de Trump foram recebidas com protestos em Chicago e noutras cidades do estado.

O Presidente disse, entretanto, nesta sexta-feira, que pretende enviar tropas da Guarda Nacional para Memphis, onde se concentra grande parte do eleitorado democrata do republicano estado do Tennessee.