Fabiana Justus, filha de Roberto Justus, segue em tratamento de manutenção após um transplante de medula óssea. Em conversa com seus seguidores, a influenciadora digital contou que se arrepende de não ter feito uma cirurgia para corrigir a visão no passado.
O motivo, segundo ela, foi o medo do procedimento. Hoje, por conta da condição de saúde, Fabiana precisará esperar até ser liberada para realizar a cirurgia refrativa. Para esclarecer quando esse tipo de intervenção é recomendada – especialmente em pacientes que passaram por quimioterapia ou transplante de medula, como Fabiana –, a CARAS Brasil conversou com o oftalmologista Hallim Feres Neto, que detalhou os principais pontos de atenção.
Doenças que podem adiar a cirurgia refrativa
Segundo o especialista, algumas condições exigem cautela: “Sim, existem algumas condições que contra indicam ou adiam a cirurgia“, afirma.
“Condições como doenças autoimunes descontroladas ou ceratocone são contra indicações. Glaucoma ou um olho seco severo podem ser também, dependendo do estágio e da técnica escolhida. Gestantes devem aguardar para operar. Assim como quem está passando por quimioterapia“, acrescenta.
Exames pré-operatórios são decisivos
O oftalmologista reforça que a avaliação vai muito além de medir o grau de visão: “A avaliação pré-operatória é minuciosa. O oftalmologista não se limita a checar o grau. Além de diversos exames dos olhos (curvatura, espessura da córnea, medida da pressão, fundo de olho) devemos também analisar a saúde geral do paciente”, explica.
Outro ponto de atenção é o uso de lentes de contato: “Também verificamos o histórico de uso de lentes de contato, pois é necessário suspender o uso alguns dias antes dos exames para que a córnea volte ao seu formato natural”, destaca.
“Tudo isso é o básico, pois cada pessoa tem suas especificidades que devem ser consideradas para garantir que a cirurgia será eficaz e segura“, completa o médico.
Existe idade ideal para a cirurgia nos olhos?
De acordo com Hallim Feres Neto, não existe uma idade única para o procedimento, mas sim critérios técnicos: “A faixa etária mais comum para a cirurgia refrativa é entre 20 e 40 anos”, afirma.
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“O mais importante não é a idade cronológica, mas sim a estabilidade do grau, que idealmente não deve ter mudado nos últimos 12 meses. Além disso, paciente também precisa ter mais de 18 anos. Mas isso está mudando, eu mesmo fiz a minha cirurgia para não precisar de óculos para perto aos 47 anos“, revela o oftalmologista.
No pós-operatório, os cuidados também são fundamentais: “O paciente deve evitar coçar os olhos, usar os colírios prescritos de forma rigorosa e proteger os olhos de água, poeira e luz solar intensa. Recomendo sempre o uso de óculos de sol com proteção UV e evitar esportes que apresentem risco de trauma ocular ou entrar na água por algumas semanas”, alerta.
Pacientes em tratamento contra o câncer devem esperar
No caso de pacientes como Fabiana Justus, que enfrentaram quimioterapia ou um transplante de medula, o tempo de espera pode variar: “É fundamental que o paciente com histórico de quimioterapia ou transplante de medula óssea tenha o sistema imunológico estabilizado antes de considerar qualquer procedimento cirúrgico nos olhos“, orienta.
“A quimioterapia pode causar alterações, como olho seco e, em casos raros, inflamações na retina, além de alterar a refração“, explica.
Por isso, cada caso deve ser avaliado de forma personalizada: “Não há um tempo mínimo de espera fixo, pois cada caso é único. É essencial que o médico oftalmologista responsável pela cirurgia tenha acesso a todo o histórico do paciente. É especialmente importante a avaliação detalhada do filme lacrimal“, reforça.
Mesmo assim, o especialista tranquiliza: “Pacientes que se submeteram a quimioterapia podem fazer a cirurgia refrativa com segurança e terem a mesma melhora na qualidade de vida que os outros pacientes que passam pela cirurgia refrativa”, conclui.
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