Os preços do açúcar enfrentam uma forte queda, colocando a Associated British Foods (AB Foods), proprietária da cadeia de moda Primark, numa situação complicada. A matéria-prima utilizada como adoçante e para a produção de biocombustíveis já registou uma redução de 17,5% em 2025, segundo dados do mercado.
A AB Foods, uma das maiores produtoras de açúcar do mundo, tem visto as previsões de lucro para este ano serem sucessivamente revistas em baixa. Enquanto as safras da empresa em países do leste e sul da África sofreram com a seca, a produção europeia recupera e a oferta de beterraba ucraniana pressiona ainda mais os preços internacionais, explica Leonard Kehnscherper, especialista da Bloomberg.
Os contratos futuros negociados no Intercontinental Exchange (ICE), referência global para o açúcar bruto, atingiram valores não vistos em mais de seis anos, sendo atualmente cotados a 15,80 dólares.
Embora os adoçantes representem apenas cerca de 10% da receita do grupo, os analistas alertam que a queda nos preços já está a impactar os resultados, esperando-se o maior prejuízo desde que a empresa começou a detalhar os resultados por divisão, segundo a Bloomberg.
Com o encerramento do ano fiscal de 2025 neste mês, espera-se que o lucro operacional da AB Foods seja 5% inferior ao estimado no início do ano, com um EBITDA projetado de aproximadamente 3,08 mil milhões de euros.
A empresa já foi obrigada a fechar algumas unidades de processamento para conter perdas perante os custos elevados e a concorrência crescente do etanol importado.
Enquanto isso, a Primark deverá registar crescimento de receita, gerando quase metade das vendas do grupo.