É coisa que já não se via há algum tempo, o Manchester United à frente do Manchester City na Premier League inglesa, mas a amostra ainda era curta e a distância mínima — um ponto de diferença entre o United (11.º) e o City (16.º) em três jornadas. Mas isso não esconde o mau início de época das equipas de Pep Guardiola e Ruben Amorim, ambas na segunda metade na tabela. Por isso, nada melhor do que um confronto directo para moralizar e, neste domingo, foi o City que saiu com a alma cheia do derby de Manchester. Ganhou por 3-0 e pode ser que relance a época a partir daqui. Quanto aos “red devils”, Amorim ainda não encontrou a fórmula que procura.
Num jogo que teve Bruno Fernandes e Bernardo Silva como capitães, o City pareceu sempre estar no controlo do jogo, a conter as iniciativas do United e a ter paciência para explorar os inevitáveis erros da defesa adversária. Logo aos 18’, Doku furou pela área, deixou Shaw para trás e, à segunda tentativa, fez o cruzamento atrasado para Foden atirar para o 1-0. Uma oportunidade, um golo para os homens de Pep Guardiola, que só iriam ser muito perdulários quando a vitória já estava garantida.
Nos primeiros minutos da segunda parte, o City aumentou a vantagem, de novo com Shaw a ficar mal na fotografia — o passe voltou a ser de Doku, desta vez para Haaland, com o norueguês a livrar-se do lateral antes de fazer o 2-0. Logo a seguir, Haaland fez algo que não costuma fazer, que é falhar um golo de baliza aberta.
O United, que alinhou com Benjamin Sesko de início (sem influência), teve uma grande oportunidade de reentrar no jogo aos 61’, com um remate acrobático de Mbeumo que Donnarumma defendeu com classe — o italiano estreou-se na baliza do City. Depois, veio o golo que acabou com as dúvidas. Perda de bola de Maguire no meio-campo ofensivo, com os “red devils” adiantados, Haaland começou a correr, recebeu uma bola de Bernardo ainda antes do meio-campo e só parou com o 3-0.
Havia pouco mais de 20 minutos por jogar e o derby já tinha um dono. Os “citizens” ainda tiveram um par de oportunidades falhadas, tal como o United (Mbeumo esteve em destaque neste capítulo), mas nada mudou no resultado. O City deu, assim, um bom salto na classificação — passou para 8.º, com seis pontos, ainda assim bem longe do perfeito Liverpool, que já vai em quatro vitórias em quatro jogos. Já o United soma quatro pontos em quatro jogos e ocupa um preocupante 14.º lugar: não só não ganha, como não marca e não joga particularmente bem. E isso já não é de agora.