O Mercedes-Benz EQB 250+ conta com um sistema 100% elétrico eficiente e um equipamento interminável, mas tem um trunfo incomum,
Mercedes-Benz EQB 250+
7/10
Mesmo com vários anos no mercado, o Mercedes-Benz EQB 250+ ainda oferece uma coisa que poucos SUV elétricos compactos têm. Ou sete, neste caso.
Prós
- Autonomia convincente
- Configuração de sete lugares
- Qualidade de construção
- Sistema de infoentretenimento
Contras
- Capacidade da bagageira
- Espaço à justa com lotação esgotada
- Preço elevado
Muito provavelmente, está a pensar porque é que lhe trazemos um ensaio ao Mercedes-Benz EQB 250+ nesta fase do campeonato. Afinal, a nova geração já anda em fase de testes dinâmicos algures na Europa e a atual, renovada há dois anos, começa a acusar o peso da idade.
No entanto, o Mercedes-Benz EQB mantém argumentos que o colocam num patamar raro. O seu visual de pequeno aventureiro de «calças arregaçadas» esconde um sistema de propulsão 100% elétrico, instalado numa carroçaria que tem uma lotação máxima de sete lugares.
De momento, não há muitos modelos a oferecer esta combinação e os que existem são todos maiores que este EQB: o que mais se aproxima é o novo Peugeot E-5008, mas os restantes são gigantes. Basta referir que um deles é o Kia EV9.
No caso do EQB, tudo isto cabe numa carroçaria com menos de 4,7 m de comprimento. Na versão base, o visual deste SUV não é muito apelativo, mas a unidade ensaiada, com o pacote estético da AMG, uma cor mais chamativa e jantes com 20” de diâmetro, sem dúvida que ajuda e faz com que não passe tão despercebido. Nas próximas linhas, mostramos o que ainda tem para oferecer.
Jogo das cadeiras
Começamos pela frente. Ao volante do Mercedes-Benz EQB 250+ não há novidades. A configuração do tabliê já é sobejamente conhecida, com as saídas de ventilação redondas e o painel horizontal que combina dois ecrãs de 12,8”. A posição de condução é muito boa, com regulações amplas que se adaptam a qualquer estatura.
Em termos de qualidade, apesar de a Mercedes fazer melhor noutros modelos, o EQB conta com uma boa escolha de materiais e uma construção sólida.
Na fila que se segue, são três os lugares disponíveis com uma amplitude que parece alinhar com a maioria dos modelos familiares deste segmento. Ainda assim, excluindo os modelos que foram desenvolvidos de raiz para serem 100% elétricos — por norma, com uma maior distância entre eixos —, as cotas são algo justas, mas usar os três lugares não é impossível.
Uma terceira fila de assentos
As maiores dificuldades surgem quando é preciso usar a terceira fila de assentos do Mercedes-Benz EQB — um opcional que custa pouco mais de mil euros. Serve mais como uma solução de recurso, perfeita para pequenas voltas na cidade. Mais que isso é pedir demais aos seus ocupantes: a própria marca recomenda que os passageiros da terceira fila não tenham mais do que 1,65 m de altura.
O acesso à terceira fila nem é assim tão complicado, com os assentos da segunda fila a poderem deslocar-se longitudinalmente e de forma assimétrica (1/3–2/3) — as costas também têm sete ângulos de inclinação possíveis. Se os planetas se alinharem e todos cooperarem, a terceira fila pode ser utilizada sem grandes dificuldades.
O problema, agora, é que o porta-bagagens praticamente desaparece. Com a presença deste opcional, a capacidade da bagageira desce de 495 litros para 465 litros e, com os assentos em utilização, sobra apenas espaço para uma ou outra mochila, um saco de desporto e pouco mais.
Um elétrico com ritmo
Sem pretensões de ser um desportivo, o visual do Mercedes-Benz EQB 250+ que tivemos oportunidade de testar até nos deixa imaginar “será que…”
No entanto, de AMG, só temos mesmo o visual e as jantes de maiores dimensões. Nada de V8 de voz rouca. O EQB é 100% elétrico, de tração dianteira e conta com uma potência máxima de 190 cavalos e um binário de 385 Nm.
© André Mendes / Razão Automóvel As jantes de 20″ da AMG são um dos extras adicionados à unidade ensaiada, fornecidas em conjunto com a suspensão de amortecimento variável.
Apesar disso, a presença das jantes de 20” é acompanhada de uma suspensão de amortecimento ajustável, que nos mostrou algumas diferenças consoante o modo de condução selecionado.
No modo mais desportivo, o pisar fica mais firme, mas permite curvar um pouco mais depressa e estabilidade, enquanto a resposta ao pedal do lado direito também passa a ser mais imediata. Atrás do volante, as patilhas existentes permitem variar o modo de regeneração de energia.
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Um EQB 250+ no mundo real
No outro extremo da utilização, temos o mundo real. E neste caso, com o modo Eco selecionado, o Mercedes-Benz EQB 250+ mostra que tem uma vertente comedida. Segundo a marca, são necessários 15,2 kWh de energia para cada 100 quilómetros. Mas isto, provavelmente, com as rodas de série, com 18” de diâmetro e sem pneus desportivos.
Com as opcionais de 20” e Pirelli P Zero calçados, ar condicionado sempre ligado, alguns quilómetros de autoestrada e uma condução sem abusos, registámos mais de 18 kWh/100 km.
Em conjunto com a bateria de 70,5 kWh de capacidade útil, ainda assim, o EQB não demonstrou dificuldades em superar os 400 km de autonomia. Agora, chegar aos 520 km de autonomia oficiais, nem pensar.
Que opcionais escolher? Sim
Sem qualquer extra adicionado, o Mercedes-Benz EQB 250+ tem um preço de tabela de 56 500 euros. Mas como já deu para perceber, a unidade ensaiada está longe de estar «de origem», não parecendo ter havido uma escolha muito ponderada ao passar pela lista de opcionais, mas apenas um “sim” como resposta a todas.
Resultado? O preço final deste EQB ascende a 74 300 euros. Ainda assim, se 17 800 euros de opcionais parecer muito — deve ser o EQB com mais equipamento a circular em Portugal —, apenas como curiosidade, posso referir que no configurador da marca não é muito difícil fazer com que o EQB 250+ fique acima dos 80 mil euros.
© André Mendes / Razão Automóvel
Mesmo ostentando a estrela de três pontas e tudo o que tem para oferecer — incluindo a lotação máxima de sete lugares —, é um preço muito elevado para este SUV.
Há outras propostas — não de marcas premium, é certo —, que oferecem mais autonomia e espaço por valores equivalentes ao deste EQB cheio de opcionais, sem esquecer a inclusão de uma generosa lista de equipamento de série.
Veredito
Mercedes-Benz EQB 250+
7/10
O Mercedes-Benz EQB 250+ mantém-se como uma das raras opções elétricas de sete lugares no mercado. É confortável, a qualidade é elevada e a autonomia convence. Mas a terceira fila é apenas para uso ocasional e o preço final dispara por culpa dos opcionais. Ainda assim, é versátil e distinto: um SUV com muito boas aptidões familiares.
Prós
- Autonomia convincente
- Configuração de sete lugares
- Qualidade de construção
- Sistema de infoentretenimento
Contras
- Capacidade da bagageira
- Espaço à justa com lotação esgotada
- Preço elevado
Especificações técnicas
Versão base:56.500€
Classificação Euro NCAP:
5/5
74.300€
Preço unidade ensaiada
Motor
- Arquitectura: Um motor elétrico
- Posição: Dianteira, transversal
- Carregamento: Bateria de 70,5 kWh (úteis)
- Potência:
140 kW (190 cv) - Binário:
385 Nm
Transmissão
- Tracção: Dianteira
- Caixa de velocidades: Automática de relação única
Capacidade e dimensões
- Comprimento: 4684 mm
- Largura: 1834 mm
- Altura: 1654 mm
- Distância entre os eixos: 2829 mm
- Bagageira: 465 litros
- Jantes / Pneus: 235/45 R20
- Peso: 2105 kg
Consumo e Performance
- Média de consumo: 15,2 kWh/100 km
- Velocidade máxima: 160 km/h
- Aceleração máxima: >8,9s
Equipamentos
- Direção Assistida Paramétrica
- Sistema de chamada de emergência Mercedes-Benz
- Módulo de comunicações para Extra Digitais
- Painel de instrumentos digital de 10,25″
- Assistente ativo do limite de velocidade
- Faróis LED High Performance
- Barras de tejadilho em preto
- Pack USB Plus
- Ecrã central de 10,25″
- Iluminação ambiente
- Portão traseiro com abertura/fecho elétrico
- Cabo de carregamento para wallbox e postos de carregamento públicos com 5 metros (até 11 kW)
- Sistema de arranque em engarrafamentos
- Adaptação da velocidade com base na rota
- Pack bancos conforto
Tem:
Extras
3ª fila de bancos para 2 passageiros: 1050 euros
Assistente de sinais de trânsito: 400 euros
Jantes em liga leve AMG com multiraios de 20″: 1500 euros
Pack de Assistência à Condução: 1450 euros
Pack Night: 200 euros
Pack Pele AMG: 1250 euros
Pintura Manufaktur Vermelho Patagónia Metalizado: 1400 euros
Suspensão de amortecimento ajustável: 1250 euros
Teto de abrir panorâmico em vidro: 1500 euros
Versão AMG Advanced Plus: 7900 euros