“Tínhamos um bairro profundamente degradado na encosta do rio Douro, o bairro Rainha Dona Leonor, onde viviam 40 e tal famílias em muito más condições. O que fizemos foi lançar um concurso, fazendo com que fosse um privado a construir um novo bairro. Onde viviam 48 famílias, há hoje um bairro para 72”, disse Manuel Pizarro no “Carpool Autárquicas” da rádio “Observador”.
O candidato do PS à Câmara do Porto referia-se a uma intervenção iniciada naquele bairro, em 2017, quando era o vereador responsável pelo pelouro da Habitação e Ação Social. Mas é verdade aquilo que diz?
Apesar da ligeira imprecisão nos números apontados, a afirmação de Pizarro é, na sua essência, verdadeira. De acordo com a Domus Social, com a intervenção, o bairro onde moravam 42 famílias passou a albergar 70, ou seja, permitiu dar resposta a 28 agregados.
A gestora do parque de habitação pública no Porto explicou ao Polígrafo que, na sua origem, o Bairro Rainha D. Leonor era constituído por cinco Blocos e integrava um total de 100 habitações, todas de tipologia 3.
“No âmbito do Plano de Reconversão foram concretizados realojamentos provisórios dos agregados residentes nos blocos A e B, libertando-os, e permitindo assim a demolição e posterior construção do novo bairro. Estas famílias foram realojadas em habitações que se encontravam devolutas/vazias nos restantes Blocos do bairro (C, D e E)”, acrescentou a mesma fonte.
Em 2019, foi concluída a construção do novo bairro e foram realojados todos os agregados familiares residentes – 42 – no antigo aglomerado habitacional de Rainha Dona Leonor.
Quando o processo de realojamento foi concluído, foram então atribuídos “mais 28 fogos municipais a famílias que aguardavam por uma habitação social e a inquilinos municipais que instruíram pedido de transferência por questões de saúde, nomeadamente questões de mobilidade”.
No total, no novo bairro “Casas Dona Rainha Leonor” existem 70 habitações, de diferentes tipologias, onde atualmente residem cerca de 140 pessoas.
O projeto de regeneração não custou nada à Câmara do Porto e foi totalmente assumido por privados, tal como destacado pelo candidato autárquico. Este foi o primeiro bairro de classe energética A+ a ser construído em Portugal.
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Avaliação do Polígrafo: