O anúncio feito pela Secretaria da Saúde do Rio Grande do Sul sobre a possibilidade de aumento de casos e internações por Covid-19 até o fim do ano é um lembrete de que o vírus segue em circulação. Mesmo com o fim da emergência sanitária global, a vacinação dos grupos prioritários deve ser mantida.
Entre os dias 16 de agosto e 1º de setembro, 65 pacientes — a maioria era composta por idosos internados por outras razões — e cinco funcionários do Hospital Nossa Senhora da Conceição, em Porto Alegre, foram infectados pelo vírus. Dois pacientes que não eram vacinados ou não tinham o esquema vacinal completo faleceram.
Embora os números não se comparem aos anos da pandemia, eles servem de alerta para o risco de novo aumento de casos da doença. O Rio Grande do Sul já confirmou a circulação da variante XFG. Até o momento, ela não está associada a quadros mais graves, mas sua presença reforça a necessidade de vigilância contínua.
Nos últimos meses, Porto Alegre e outras cidades gaúchas registraram alta expressiva nas internações hospitalares por síndromes respiratórias agudas. Hospitais chegaram a operar com leitos lotados e filas de espera, pressionados pelo avanço simultâneo de influenza, vírus sincicial respiratório (VSR) e da própria Covid-19. O episódio mostrou que o sistema de saúde continua precário diante das diversas doenças respiratórias em circulação.
Diante do alerta da Secretaria Estadual da Saúde e do surto registrado em hospital de Porto Alegre, vacinar-se continua sendo fundamental. O Ministério da Saúde recomenda que sejam imunizadas pessoas a partir de 12 anos de grupos prioritários, além de bebês e crianças entre seis meses e menos de cinco anos. Também é importante para evitar novas ondas da doença a realização de testagem, especialmente para aquelas pessoas que podem se beneficiar do antiviral disponível no SUS.
Além disso, medidas simples para evitar a contaminação pelo coronavírus não perderam a validade, dentre elas lavar as mãos com frequência e evitar tocar o rosto. Ao perceber sintomas compatíveis com a Covid-19, é imprescindível fazer o teste para, nos casos de confirmação da doença, adotar o uso de máscara de proteção e evitar assim que mais pessoas sejam contaminadas.
A pandemia acabou, mas a responsabilidade individual e coletiva em proteger os mais vulneráveis e manter a vigilância sobre a Covid-19 continua sendo essencial para evitar retrocessos e novas ondas de contágio.