O principal suspeito do desaparecimento e morte de Madeleine McCann vai ser libertado da prisão na quarta-feira, depois de ter cumprido uma pena de sete anos por uma violação cometida em 2005 na Praia da Luz, no Algarve. Recentemente, o cidadão alemão recusou colaborar com as autoridades britânicas na investigação ao desaparecimento da menina inglesa, ocorrido também na Praia da Luz, em 2007.

Christian Brückner, actualmente com 48 anos, tornou-se em 2020 o principal suspeito do caso Maddie para as autoridades alemãs, mas até hoje não foi deduzida qualquer acusação, pelo que poderá sair em liberdade.

O procurador alemão que lidera o processo, Christian Wolters, continua convicto de que Brückner é o responsável pela morte de Maddie, e disse ao canal francês BFM que o suspeito não apresentou “nenhuma prova em sua defesa, nenhum álibi, nenhuma indicação de que não estivesse presente no local do crime”. Contudo, também a procuradoria considera que ainda não tem indícios suficientemente fortes para avançar para acusação.

No ano passado, Brückner foi absolvido por um tribunal alemão de cinco crimes sexuais que alegadamente teria cometido entre 2000 e 2017 em vários locais do Algarve. A pena que está a cumprir diz respeito à violação, em 2005, de uma mulher americana, à data com 72 anos, na Praia da Luz, concelho de Lagos.

A polícia britânica, que também tem uma investigação própria sobre o desaparecimento de Madeleine, tentou interrogar Brückner, mas este recusou. “Pedimos uma entrevista com este suspeito alemão, mas por motivos legais isto apenas pode ser feito com uma carta rogatória internacional que foi apresentada e posteriormente recusada”, informou nesta segunda-feira o inspector-chefe Mark Cranwell, da Polícia Metropolitana de Londres. “Na ausência de uma entrevista, continuaremos ainda assim a analisar quaisquer linhas de investigação viáveis”, acrescentou, em comunicado.





Ao longo dos anos foram várias as diligências em diversos pontos do Algarve, mas até agora sem sucesso

Maddie desapareceu em Maio de 2007, com 3 anos, de um aldeamento da Praia da Luz. Até ao momento, todas as investigações se revelaram infrutíferas, quer de autoridades portuguesas, quer britânicas. Em Junho, a Polícia Judiciária e agentes alemães fizeram buscas em várias zonas próximas ao local do desaparecimento, mas também estas diligências não terão dado qualquer resultado.

Christian Wolters, o procurador, considera que Brückner continua a ser perigoso e cita uma avaliação psiquiátrica, feita no âmbito do último processo judicial, segundo a qual o suspeito “é susceptível de cometer outros crimes, nomeadamente delitos sexuais”. À BFM, Wolters sublinha que “o acusado não teve qualquer terapia durante a sua detenção”.

O procurador pediu ao tribunal que obrigue Brückner a utilizar uma pulseira electrónica, mas até ao momento não obteve resposta.