O Presidente dos Estados Unidos assinou esta segunda-feira, 15 de Setembro, uma ordem para a mobilização da Guarda Nacional para Memphis, no estado norte-americano do Tennessee, justificando-a como uma medida de combate à criminalidade. Donald Trump considerou a cidade “profundamente problemática” e disse que tenciona “resolver a questão tal como em Washington“.

O anúncio foi feito numa cerimónia na Sala Oval da Casa Branca em que esteve presente o governador do Tennessee, Bill Lee, que agradeceu a oferta de mobilização militar de Donald Trump (em desacordo com a posição já assumida pelo mayor de Memphis).

O chefe de Estado aproveitou para sugerir que “Chicago deverá ser a próxima” cidade a ver a sua polícia ficar sob controlo federal, seguida por Saint Louis (no Missouri) e Nova Orleães (no Luisiana). “Chicago é uma óptima cidade. Muito em breve, vamos torná-la grande de novo”, disse, numa referência ao seu slogan “make America great again” (em português, “tornar a América grande outra vez”).

Além da Guarda Nacional, deverão ser mobilizados para Memphis agentes dos serviços secretos (FBI), da polícia de estrangeiros e fronteiras (ICE), do Departamento de Segurança Interna e dos U.S. Marshals.

Tal como aconteceu em Washington D.C., a procuradora-geral dos Estados Unidos, Pam Bondi, ficará temporariamente responsável pela polícia local.

Na passado sábado, em reacção a notícias de que o governador republicano Bill Lee e o Presidente dos EUA pretendiam destacar a Guarda Nacional para Memphis, o mayor da cidade, o democrata Paul Young, quis deixar claro que não solicitou qualquer mobilização militar.

“Não pedi a Guarda Nacional e não acho que esta seja a melhor forma de reduzir a criminalidade. Contudo, a decisão está tomada”, escreveu Paul Young na rede social X. “Enquanto vosso mayor, o meu compromisso é trabalhar estrategicamente para garantir que isto acontece de uma forma que de facto beneficia e fortaleça a nossa comunidade.”

Em Agosto, Donald Trump mobilizou para a capital centenas de militares da Guarda Nacional e colocou a polícia metropolitana sob controlo federal, justificando a militarização das ruas como uma estratégia de combate a uma alegada “onda de criminalidade” que as estatísticas desmentem.

À data, o chefe de Estado já tinha nomeado “outras cidades más” onde tinha intenção de intervir: Chicago, Los Angeles, Nova Iorque, Baltimore, Oakland. Memphis integrou depois a mesma lista. Há algo comum a estas seis cidades: todas são governadas por homens e mulheres democratas e negros.

Trump também já tinha recorrido às forças armadas em Junho, quando ordenou o envio de milhares de elementos da Guarda Nacional e centenas de fuzileiros para Los Angeles, em resposta a protestos da população contra rusgas levadas a cabo pelo ICE. Recentemente, um juiz federal determinou que essa decisão da Administração Trump foi ilegal.