Os advogados de Sean “P. Diddy” Combs instaram nesta terça-feira (22) o juiz que supervisionou seu julgamento por crimes sexuais a libertá-lo da prisão mediante fiança de US$ 50 milhões —ou R$ 278 milhões— antes de sua sentença em 3 de outubro, após o magnata do hip hop ter sido considerado inocente das acusações mais graves que enfrentava.

Em um documento judicial, o advogado de defesa de Combs, Marc Agnifilo, disse que as condições no Centro de Detenção Metropolitano no Brooklyn eram perigosas, e afirmou que réus condenados no passado por acusações relacionadas à prostituição, semelhantes às de Combs, geralmente eram libertados antes de suas sentenças.

“Sean Combs não deveria estar na prisão por essa conduta”, escreveu Agnifilo. “Na verdade, ele pode ser a única pessoa atualmente em uma prisão dos Estados Unidos por ser qualquer tipo de cliente de prostituição.”

Um porta-voz do Escritório do Procurador dos Estados Unidos em Manhattan, que apresentou as acusações, não respondeu imediatamente a um pedido de comentário.

Após um julgamento de seis semanas, Combs, de 55 anos, foi considerado inocente em 2 de julho de três acusações de tráfico sexual e conspiração de extorsão, que poderiam resultar em penas de prisão perpétua.

Ele foi condenado por duas acusações menores de transporte para envolvimento em prostituição. Cada uma dessas acusações acarreta uma pena máxima de 10 anos, mas os promotores reconheceram que as diretrizes federais de sentença parecem recomendar uma pena bem abaixo do máximo estatutário.

Os promotores alegaram que o fundador da Bad Boy Records usou violência física, ameaças e os recursos de seu império empresarial para coagir duas de suas ex-namoradas a participarem de performances sexuais de vários dias, regadas a drogas, com trabalhadores sexuais masculinos, às vezes chamadas de “freak-offs”.

Combs se declarou inocente, e seus advogados argumentaram que suas duas namoradas participaram voluntariamente dos encontros.

O juiz Arun Subramanian negou o pedido inicial de libertação de Combs imediatamente após o veredicto, citando as amplas evidências apresentadas no julgamento sobre atos violentos que ele cometeu.

No documento de terça, os advogados de Combs disseram que era incomum que ele fosse processado por crimes relacionados à prostituição, pois não estava lucrando financeiramente com os atos de prostituição.

Eles também afirmaram que a detenção de Combs desde setembro de 2024 no centro de detenção deveria se qualificar como uma “circunstância excepcional” que justificaria sua libertação, apesar das evidências de que ele havia sido violento. Os advogados de Combs disseram que houve brigas em sua unidade e escreveram na terça-feira que sua segurança está em risco.

O Departamento Federal de Prisões, que administra o centro de detenção onde Diddy está, disse que está engajado em “esforços intensivos” para melhorar as condições lá. A agência não respondeu imediatamente a um pedido de comentário.