Presidente dos Estados Unidos diz que a guerra não afeta o país, mas espera boas notícias para breve
Da Ucrânia só “boas notícias”. É isso que espera o presidente dos Estados Unidos, que voltou a dar indicações de estar farto dos arrastos do homólogo russo. O problema é que as tais “boas notícias” eram para ter chegado nas primeiras 24 horas de Donald Trump na Casa Branca.
Desde então passaram-se dias, semanas e meses.
Defendendo que o conflito não afeta em nada os Estados Unidoos, Donald Trump reiterou que espera “receber algumas boas notícias” nos próximos dias. “Mas repito, não afeta os Estados Unidos”, reiterou.
Palavras ditas ao lado do primeiro-ministro do Reino Unido, Keir Starmer, um dos mais acérrimos defensores da Ucrânia e da sua resistência. “E olhe, também não vos afeta muito”, continuou Donald Trump, já virado para o chefe do governo britânico.
“Claro, estão muito mais perto do cenário do que nós”, sublinhou, um dia depois de ter sido recordado pelo rei Carlos III que Inglaterra e Estados Unidos se uniram nas duas guerras mundiais para lutarem contra a tirania.
Sem querer perder a relevância do momento, Keir Starmer interrompeu Donald Trump para dizer que é necessário colocar “pressão extra sobre Putin”.
Um primeiro-ministro britânico totalmente consciente de que dificilmente se chega a algum lado sem os Estados Unidos. “Só quando o presidente colocou pressão sobre Putin é que ele mostrou alguma inclinação para agir”, acrescentou.
E tudo isto levou Donald Trump a admitir que, pese embora as boas relações com Vladimir Putin, está desapontado com o presidente da Rússia. “Deixou-me ficar mal, desiludiu-me mesmo”, confessou.
E se há forma de a pressão existir, essa forma é sancionar o petróleo russo. Donald Trump quer que os países europeus parem imediatamente de comprar energia a Moscovo, defendendo que só isso poderá atingir seriamente a Rússia.
“É muito simples: se o preço do petróleo cair, Putin vai desistir. Não vai ter outra escolha. Vai desistir da guerra”, vincou, numa mensagem clara para os aliados.
É nesse mesmo sentido que os Estados Unidos estão dispostos a aplicar tarifas sobre a Índia, mesmo que Donald Trump seja “muito próximo” do primeiro-ministro Narendra Modi.
O problema é que sanções desse género têm uma exigência da parte da Casa Branca: também os outros aliados da NATO devem parar totalmente as importações de petróleo. Um cenário que não será tão fácil assim, já que países como a Hungria parecem pouco interessados em ir por esse caminho.