Está a aumentar a condenação internacional às hostilidades israelitas a Gaza e ao povo palestiniano.


Depois de o presidente norte-americano apontar o dedo ao governo de Benjamin Netanyahu, instando o primeiro-ministro israelita a fazer mais para impedir a “fome” no território, surge nesta terça-feira nova declaração de lamento face à crise humanitária que se vive nos territórios.


A principal autoridade internacional em crises alimentares (IPC – Classificação Integrada da Segurança Alimentar) deixa claro que está “a desenrolar-se o pior cenário de fome” em Gaza.

“Embora Israel tenha anunciado uma pausa humanitária diária nos combates em Gaza e tenha cumprido alguns de seus compromissos sobre o acesso a ajuda humanitária, a situação permanece “grave” argumenta Comissão Europeia, em comunicado na sua página oficial.

Perante tamanha agressão de Direitos Humanos, a comissão relata que “90% das famílias enfrentam grave insegurança hídrica e as taxas de subnutrição estão a aumentar acentuadamente” com “grave escassez de medicamentos” e “praticamente toda a população de Gaza encontra-se em risco de fome”.

Os Estados-membros acreditam ter, perante estes dados, base legal para a proposta de suspensão do Acordo de Associação UE-Israel.


Desta forma, a Comissão Europeia, ao rever o Art. 2 do acordo de cooperação científica e tecnológica bilateral existente entre a UE e Israel, aponta para uma suspensão parcial da participação de Telavive no programa de investigação científica Horizonte (Horizon Europe).


Caso seja aprovada, “esta decisão afetará a participação de entidades israelitas no mecanismo de Aceleração do Conselho Europeu de Inovação (EIC Accelerator), que tem como alvo startups e pequenas empresas com inovações disruptivas e tecnologias emergentes que têm potenciais aplicações em cibersegurança, drones e inteligência artificial”, explica o organismo europeu.


O programa Horizonte Europa promove a iniciativa de investigação e inovação da UE, concebida para impulsionar o crescimento económico, criar emprego e melhorar a vida dos cidadãos.

Israel é um dos países membros mais bem-sucedidos do programa. Recebe cerca de 200 milhões de euros dos 900 milhões de euros alocados desde 2021, com cerca de 135 milhões de euros em subsídios e 65 milhões de euros em investimentos em ações.

Existem 46 empresas israelitas no programa EIC, reportou a UE.