A medida, noticia o jornal Expresso, é posta em marcha assim que o Governo avance com a concentração das urgências de obstetrícia em Almada, “que vai ser feita rapidamente”.

O gabinete da ministra refere ao Expresso que o despacho só depende da assinatura de Ana Paula Martins e não tem de ser negociado com os médicos.

O Sindicato Independente dos Médicos (SIM) ameaça recorrer aos tribunais. “Estaremos contra qualquer tipo de obrigatoriedade”, reage a estrutura.

O secretário-geral do SIM avisa que é preciso respeitar os direitos dos trabalhadores e lembra que “existem acordos coletivos de trabalho”.

Por isso, Nuno Rodrigues alerta: “Tudo o que ultrapassar essas linhas totalmente vermelhas, naturalmente existem os tribunais para esses diferendos”.

A Federação Nacional dos Médicos (FNAM) avisa, por sua vez, que a transferência das equipas de obstetrícia feita por despacho é inaceitável. “A única maneira é reforçar quer o Hospital do Barreiro, quer o Hospital em Almada, quer o Hospital em Setúbal”, defende a dirigente da FNAM.
“Essa não está a ser a escolha deste Governo de Luís Montenegro, que prefere continuar a desinvestir e, no fundo, a afugentar os médicos do Serviço Nacional de Saúde e portanto, saem todos a perder”, resume a presidente da Federação Nacional dos Médicos.

Joana Bordalo e Sá considera que “uma mobilidade forçada” de obstetras do Hospital do Barreiro para o Garcia de Orta, para preencher as escalas de urgência, é mais um sinal de desinvestimento no Serviço Nacional de Saúde (SNS).

O bastonário da Ordem dos Médicos lembra que obrigar nunca dá bom resultado.

Carlos Cortes defende que a transferência de médicos por decreto “é um mau princípio” e admite: “Estamos a perder a confiança no Ministério da Saúde”.