O governo sombra do Chega, prometido por André Ventura depois das eleições legislativas de 18 de maio, está praticamente fechado. O presidente do partido referiu que não pretende um “governo excessivamente grande”, devendo ter, “no máximo”, 12 ou 13 ministérios. Até agora são conhecidos 11 nomes.

Aos jornalistas, no dia depois de começarem a ser conhecidos vários nomes, André Ventura justificou que “só faz sentido o líder da oposição apresentar um governo-sombra se for porque acredita que é muito melhor do que o Governo” de Luís Montenegro.

“Queria mostrar ao país que é possível ter um Governo de pessoas com qualidade, que se disponibilizam a fazer este trabalho com independência e a aportar também esta ideia de que se pode ser ministro, competente e não ser uma pessoa ligada diretamente ao aparelho partidário”, argumentou.

Eis os 11 nomes já conhecidos do governo-sombra do Chega:

  • Rui Gomes da Silva, Justiça. Advogado, é ex-ministro dos Assuntos Parlamentares e ministro adjunto do primeiro-ministro do governo de Pedro Santana Lopes e foi deputado do PSD durante vários anos. Foi também vice-presidente do Benfica de 2009 a 2012, com Luís Filipe Vieira, vindo depois a concorrer (e perder) contra ele. Pertence à maçonaria, como membro da Loja do Grande Oriente Lusitano. Era uma das três pessoas que estava no avião que sofreu um acidente após uma visita à base da UNITA, em que João Soares ficou gravemente ferido.
  • Rui Teixeira Santos, Economia e Finanças. Professor associado no Instituto Superior de Gestão (ISG), doutorado com uma tese intitulada “Economia Política da Corrupção – O Caso dos Estados Lusófonos”, foi jornalista e presidente da administração do jornal “Semanário”, nos anos 90, que depois iria à falência, e esteve também ligado à criação do jornal Novo, em 2020, que fechou pouco tempo depois.
  • Nuno Simões de Melo, Defesa. É, até agora, o único deputado do Chega no governo escolhido por André Ventura. Ex-conselheiro nacional da Iniciativa Liberal, é coronel de cavalaria na reserva e coordenador da Comissão Parlamentar para a Defesa Nacional.
  • Horácio Costa, Saúde. Foi diretor do serviço de Cirurgia Plástica Reconstrutiva do Hospital de Vila Nova de Gaia e é diretor clínico do Hospital de São Francisco da Venerável Ordem Terceira de São Francisco do Porto. É o número dois do Chega à Câmara Municipal de Gaia.
  • Fernando Silva, Administração Interna. Professor de Direito Penal na Universidade Autónoma de Lisboa e Professor Adjunto, na área de Direito, na Escola Superior de Tecnologia do Mar, do Instituto Politécnico de Leiria. É advogado e membro da Comissão Nacional de Eleições nomeado pelo Chega.
  • Tiago Moreira de Sá, Negócios Estrangeiros. É eurodeputado eleito pelo Chega, foi deputado do PSD e é doutorado em Ciência Política e professor associado na Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa.
  • Margarida Bentes Penedo, Habitação e Infraestruturas. Ex-dirigente do CDS, na direção de Francisco Rodrigues dos Santos. Foi eleita, em 2021, deputada municipal de Lisboa, pela coligação Novos Tempos de Carlos Moedas e desvinculou-se, tornando-se deputada não inscrita. É arquiteta e cronista do Observador.
  • Alexandre Franco de Sá, Educação, Ciência e Inovação. É docente e doutorado pela Universidade de Coimbra, dedicando-se sobretudo à área da Filosofia Social e Política.
  • Miguel Corte Real, Reforma do Estado. Ex-PSD com funções de vice-presidência na concelhia do Porto e conselheiro nacional, liderou a bancada do PSD na Assembleia Municipal do Porto e é o atual cabeça de lista do Porto às eleições autárquicas pelo Chega.
  • Jorge Cid, Agricultura. Médico-veterinário, foi bastonário da Ordem dos Médicos Veterinários durante 12 anos, oficial superior no Exército e fundador do Hospital Veterinário do Restelo.
  • Teresa Nogueira Pinto, Cultura. Mestre em Relações Internacionais e Doutorada em Ciência Política pela Universidade Católica Portuguesa. Escritora e professora universitária, é filha de Jaime Nogueira Pinto.

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