Eis a resposta de Isaltino Morais:

“Aqui há dias participei num debate no qual disse algumas verdades sobre o líder do populismo de direita em Portugal que parecem ter incomodado muito o André Ventura. Primeiro disse o óbvio: o líder do Chega não é antissistema. Ele é o pior que o sistema gerou. Ele é uma excrescência do sistema partidário português. Para quem não sabe, o André Ventura foi inventado no PSD pelo famoso grupo do ‘Tutti-Frutti’. Esse era o seu grupo no PSD. Devia mesmo ser conhecido por ‘André Tutti-Frutti’”, começou por dizer, aludindo ao facto de, em 2018, o gabinete do atual de líder do Chega ter sido alvo de buscas no âmbito da Operação Tutti-Frutti. Na sequência dessas buscas, André Ventura também acabou por ser investigado nesta operação, mas as suspeitas foram arquivadas.

“Depois disse outra coisa. Que o Chega não mostra as suas contas, ninguém sabe de onde vem o dinheiro. E disse mais. As autoridades judiciais têm de investigar o André Ventura. Temos de saber sobre a origem do financiamento do Chega, e temos de saber se há crimes associados. A resposta não demorou. Logo a seguir fez três publicações contra mim. Que importância! Ficou muito, muito nervoso. Estás nervoso, Andrézito? Estás habituado a intimidar jornalistas e adversários? Achas que metes medo? Aqui ninguém tem medo de ti”, disse o autarca.

“Ainda por cima, vens dizer que se fosses primeiro-ministro, prendias-me. Mau, és mesmo ditador. Assim se vê cair a máscara do democrata. Se fores primeiro-ministro, és tu que mandas prender? Se ganhares, acaba o Estado de Direito e a independência dos tribunais? Oiçam bem aquilo que diz o nosso pequeno ditador. Aquilo não são apenas ameaças a mim, são ameaças à nossa liberdade”, continuou.

“Andrézito, não passas de um monstrinho que representa o pior do sistema. Mas sabes, antes de poderes pisar toda a gente, terás de bater de frente com todos que têm coragem de dizer o que és. És um mentiroso cobarde que enfrenta o povo rodeado de seguranças, que se faz de forte com os imigrantes, quando o polícia te protege. Mentiroso e cobarde, André. O populismo vai ter de enfrentar os democratas com coragem para te combater. Não passarás, Andrézito. Não passarás”, rematou, numa referência ao lema antifascista “não passarão” — ao qual André Ventura respondeu a 18 maio, no discurso pós-eleições, em que insistiu: “já passámos”.

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