Vários países em alerta quando o mar já entrou terra adentro

Um tsunami com 30 a 40 centímetros atingiu as zonas norte e centro de Hokkaido, a ilha japonesa mais a norte e mais perto da Rússia, onde se registou durante a madrugada desta quarta-feira um dos maiores sismos de sempre, no valor de 8,8 na escala de Richter.

Por volta da mesma hora, as autoridades geológicas da região russa de Kamchatka, onde se registou o abalo, davam conta de um “poderoso” tsunami.

Vários alertas para ondas devastadoras foram imediatamente emitidos pelas autoridades locais de ambos os países e, cerca de uma hora depois, o arquipélago do norte do Japão era atingido por aquilo que a televisão NHK descreveu como uma onda devastadora.

Pouco depois, e de acordo com a transmissão daquele mesmo canal, era já difícil distinguir a linha costeira, com vários edifícios a serem engolidos pelo avanço do mar.

Quanto à Rússia, um dos primeiros impactos foi uma pequena cidade portuária com dois mil habitantes. “O tsunami inundou partes da cidade portuária de Severo-Kurilsk… a população foi retirada”, pode ler-se no comunicado do Ministério das Emergências da Rússia, que partilhou imagens de um jardim de infância destruído depois do sismo.

Sismo em Kamchatka destruiu jardim de infância na Rússia

O abalo foi de tal forma grande que se lhe seguiram várias réplicas, algumas de magnitude a aproximar o nível 7 da escala de Richter. Além disso, as autoridades regionais de Kamchatka admitem que os efeitos deste grande sismo se possam continuar a sentir durante o próximo mês, esperando-se uma atividade sísmica recorrente que pode atingir os 7,5.

“Dada a escala deste evento, esperamos fortes réplicas, possivelmente com magnitude até 7,5”, pode ler-se no comunicado partilhado pelas autoridades russas no Telegram.

Meio mundo em alerta

Outra noção da dimensão do impacto chega da Nova Zelândia, bem mais a sul, onde a agência que faz a gestão de catástrofes avisou as zonas costeiras para esperarem “correntes fortes e invulgares e aparecimentos invulgares na costa”. Apesar de não haver necessidade de evacuação, a Defesa Civil do país emitiu um alerta a pedir que a população evite as praias.

Do outro lado, e porque as ondas de tsunami se podem formar em ambas as direções, o Havai também está a monitorizar a eventual formação de tsunamis, tendo sido emitido um alerta para partes do Alasca.

Pouco depois, e através das redes sociais, as autoridades do estado norte-americano do Havai alertaram toda a população que vive em zonas costeiras. “Tomem precauções! Ondas devastadoras de tsunami esperadas”, pode ler-se na publicação.

HNL Alert: Tsunami Warning Updated – Take Action! Destructive tsunami waves expected. Go to https://t.co/rWQABuBpUE for wave arrival time. EVACUATE coastal areas in PRIMARY EVACUATION ZONE. Map at https://t.co/gUXCBvh2ZM. Evacuate a https://t.co/TjGRXxxBoj pic.twitter.com/nkmdI3C6CD

— Oahu Emergency Mgmt. (@Oahu_DEM) July 30, 2025

O mesmo aviso foi feito para os estados continentais de Washington, Oregon e Califórnia.

Minutos depois, e bem mais perto do local de impacto inicial, a agência de sismologia das Filipinas alertava para a probabilidade de um tsunami com menos de um metro a caminho do país. A Indonésia, país mais afetado pelo sismo registado em Sumatra em 2004, emitiu um alerta semelhante pouco depois.

De acordo com o Sistema de Alerta de Tsunamis dos Estados Unidos, todo o Pacífico chegou a estar sob ameaça de um tsunami. Nas primeiras horas que se seguiram ao sismo havia avisos também para países tão distantes como Equador ou Colômbia.

Kamchatka faz parte do chamado Anel de Fogo, uma área de intensa atividade sísmica e vulcânica que afeta ambos os lados do Oceano Pacífico.