Volodymyr Zelensky disse a um grupo de jornalistas que iria ter “uma reunião com o presidente dos Estados Unidos” no âmbito da sua viagem a Nova Iorque para a Assembleia Geral da ONU, na próxima semana.

O presidente ucraniano, cujos comentários estavam sob embargo até este sábado, disse que iria abordar a questão das sanções contra Moscovo, expressando frustração com o ritmo dos acontecimentos.



Donald Trump emitiu ultimatos, sob ameaça de sanções, para pressionar Vladimir Putin a comprometer-se e a pôr fim à guerra. Mas o presidente russo não cedeu e Trump não cumpriu as suas ameaças.



Na semana passada, Trump disse estar pronto para “impor sanções significativas” sob a condição de os países da NATO deixarem de comprar petróleo russo.
No entanto, a Hungria e Eslováquia recusam-se a
cortar os laços energéticos com Moscovo e atualmente são os únicos
membros da UE que ainda compram petróleo russo pelo oleoduto Druzhba. 

Zelensky disse que “vincular” possíveis sanções dos EUA a exigências para que os países europeus ajam primeiro era “diminuir a pressão sobre Putin”.



“O presidente Trump espera uma ação firme da Europa. Acho que estamos a perder muito tempo se sanções não forem impostas ou algumas medidas não forem tomadas, o que esperamos muito dele [Trump]”, disse Zelensky.


Zelensky espera apoio de Trump a garantias de segurança

O presidente ucraniano disse ainda que iria discutir com Donald Trump as “garantias de segurança” que o seu país exige aos seus aliados ocidentais em caso de acordo de paz, esperando o apoio de Washington.

“Preparámos a base para as garantias de segurança que a Europa está disposta a oferecer, contando que os Estados Unidos se juntem”, disse Zelensky.

No início de setembro, 26 aliados da Ucrânia, sobretudo europeus, comprometeram-se a oferecer garantias de segurança quando o conflito terminar. Essas garantias podem ir desde a adesão à União Europeia ao envio de uma força militar para o país.

Alguns países condicionaram, porém, o envio de tropas após a guerra a um compromisso firme dos Estados Unidos, nomeadamente ao fornecimento de cobertura aérea.

Trump excluiu a possibilidade de enviar tropas para a Ucrânia, enquanto o presidente russo afirmou não aceitar a presença de forças estrangeiras no território ucraniano.

“Aterrorizar civis”

Enquanto isso, o conflito não dá sinais de arrefecimento. Moscovo intensificou os seus ataques, enviando centenas de drones e mísseis contra o país durante a noite de sexta-feira para sábado.

Segundo Zelensky, Moscovo lançou 40 mísseis e cerca de 580 drones contra a Ucrânia durante a noite, provocando três mortos e dezenas de feridos.

Na região de Dnipr, no centro-leste da Ucrânia, um grande ataque russo com mísseis e drones fez um morto e 26 feridos.

Zelensky denunciou uma “estratégia russa deliberada com o objetivo de aterrorizar civis e destruir as infraestruturas” na Ucrânia.

Por sua vez, a Ucrânia também tem atacado a Rússia com drones. Na última noite, quatro pessoas foram mortas num ataque com drones na região russa de Samara, a mais de 800 quilómetros da frente de batalha, segundo as autoridades locais.

c/ agências