Pesquisa, feita com camundongos, mostra que alimentos como hambúrgueres e batatas fritas podem afetar cérebro em poucos dias
Internacional|Do R7
LEIA AQUI O RESUMO DA NOTÍCIA
Produzido pela Ri7a – a Inteligência Artificial do R7
Alimentos como hambúrgueres e batatas fritas podem afetar o cérebro em poucos dias Divulgação/Fábio Alves/Unsplash
Um estudo da Faculdade de Medicina da Universidade da Carolina do Norte (UNC), nos Estados Unidos, revela que o consumo de alimentos gordurosos, como hambúrgueres e batatas fritas, pode prejudicar a memória em poucos dias.
A pesquisa, publicada na revista Neuron no último dia 11, mostra que dietas ricas em gordura saturada tornam células cerebrais do hipocampo hiperativas, o que compromete o processamento da memória e eleva o risco de doenças como Alzheimer e demência.
Impacto rápido no cérebro
A pesquisa, liderada pelo professor de farmacologia Juan Song e pelo pesquisador Taylor Landry, ambos da UNC, identificou que os interneurônios CCK, células localizadas no hipocampo – região do cérebro responsável pela memória –, tornam-se excessivamente ativas após a ingestão de alimentos calóricos.
Segundo os cientistas, essa hiperatividade está ligada à dificuldade do cérebro em processar glicose, um problema agravado pela proteína PKM2, que regula o uso de energia pelas células cerebrais.
“Ficamos surpresos com a rapidez com que essas células alteraram sua atividade em resposta à redução da disponibilidade de glicose. Essa mudança, por si só, foi suficiente para prejudicar a memória”, afirmou Song em comunicado divulgado pela UNC.
Os testes foram realizados com camundongos submetidos a uma dieta rica em gordura por quatro dias. Os resultados mostraram que os interneurônios CCK ficaram hiperativos, afetando a função da memória antes mesmo de os animais ganharem peso.
Isso indica que os danos cerebrais podem começar imediatamente após o consumo de junk food (como são chamados esses alimentos), independentemente de obesidade ou diabetes, segundo o estudo.
A pesquisa também reforça que dietas ricas em gordura saturada, comuns em alimentos industrializados, aumentam o risco de distúrbios metabólicos e doenças neurodegenerativas, como Alzheimer e demência.
Soluções para proteger a memória
A boa notícia é que os problemas identificados podem ser revertidos. Nos camundongos, a normalização dos níveis de glicose no cérebro reduziu a hiperatividade dos interneurônios CCK e corrigiu os problemas de memória.
Intervenções como jejum intermitente após o consumo de alimentos gordurosos também se mostraram eficazes para estabilizar essas células e melhorar a função cognitiva.
“Este trabalho mostra como o que comemos afeta rapidamente a saúde do cérebro. Intervenções precoces, como jejum ou medicamentos, podem proteger a memória e reduzir o risco de problemas cognitivos associados à obesidade”, explicou Song.
A longo prazo, essas estratégias podem ajudar a combater o impacto de doenças como Alzheimer, oferecendo uma abordagem que cuida do corpo e do cérebro.
Agora, os pesquisadores planejam aprofundar o estudo para entender melhor como os neurônios sensíveis à glicose afetam os ritmos cerebrais que sustentam a memória. A equipe também pretende testar terapias direcionadas e investigar se dietas ricas em gordura contribuem diretamente para o desenvolvimento de Alzheimer.
Perguntas e Respostas
Qual é o foco do estudo da Universidade da Carolina do Norte?
O estudo da Faculdade de Medicina da Universidade da Carolina do Norte (UNC) investiga como o consumo de alimentos gordurosos, como hambúrgueres e batatas fritas, pode prejudicar a memória em poucos dias.
Quais são os principais achados da pesquisa?
A pesquisa, publicada na revista Neuron, revela que dietas ricas em gordura saturada tornam células cerebrais do hipocampo hiperativas, comprometendo o processamento da memória e aumentando o risco de doenças como Alzheimer e demência.
Quem liderou a pesquisa e quais métodos foram utilizados?
A pesquisa foi liderada pelo professor de farmacologia Juan Song e pelo pesquisador Taylor Landry, ambos da UNC. Os testes foram realizados com camundongos submetidos a uma dieta rica em gordura por quatro dias.
O que acontece com os interneurônios CCK após a ingestão de alimentos calóricos?
Após a ingestão de alimentos calóricos, os interneurônios CCK, que estão localizados no hipocampo, tornam-se excessivamente ativos, o que afeta a função da memória antes mesmo de os animais ganharem peso.
Como a hiperatividade dos interneurônios CCK afeta o cérebro?
A hiperatividade está ligada à dificuldade do cérebro em processar glicose, um problema que é agravado pela proteína PKM2, que regula o uso de energia pelas células cerebrais.
Quais são as implicações do estudo para a saúde cerebral?
O estudo indica que danos cerebrais podem começar imediatamente após o consumo de junk food, independentemente de obesidade ou diabetes, e que dietas ricas em gordura saturada aumentam o risco de distúrbios metabólicos e doenças neurodegenerativas.
Os problemas identificados podem ser revertidos?
Sim, os problemas de memória identificados podem ser revertidos. Nos camundongos, a normalização dos níveis de glicose no cérebro reduziu a hiperatividade dos interneurônios CCK e corrigiu os problemas de memória.
Quais intervenções podem ajudar a estabilizar a função cognitiva?
Intervenções como jejum intermitente após o consumo de alimentos gordurosos mostraram-se eficazes para estabilizar as células e melhorar a função cognitiva.
Qual é a visão dos pesquisadores sobre a relação entre alimentação e saúde cerebral?
Os pesquisadores afirmam que o que comemos afeta rapidamente a saúde do cérebro e que intervenções precoces podem proteger a memória e reduzir o risco de problemas cognitivos associados à obesidade.
Quais são os próximos passos da pesquisa?
A equipe de pesquisa planeja aprofundar o estudo para entender melhor como os neurônios sensíveis à glicose afetam os ritmos cerebrais que sustentam a memória e investigar se dietas ricas em gordura contribuem diretamente para o desenvolvimento de Alzheimer.
Fique por dentro das principais notícias do dia no Brasil e no mundo. Siga o canal do R7, o portal de notícias da Record, no WhatsApp