O betão mostrado sem complexos é uma das características principais da arquitetura do nosso tempo. No entanto, ultrapassada a época do brutalismo, em que tudo era robusto e maciço, este material passou a ser combinado com materiais naturais, dando lugar a um contraste entre a sua solidez e o que é delicado e acolhedor.

Um belo exemplo deste contraste encontra-se em Värmdö, Suécia, numa habitação batizada como House Djurö, implantada numa falésia do arquipélago de Estocolmo, onde o betão se transforma em poesia diante do mar.

Um bunker com alma escandinava

Projetada pelo estúdio sueco Campus, a House Djurö ergue-se no terreno onde antes existia uma antiga habitação, respeitando a sua escala e implantação, em conformidade com as exigências urbanísticas.

O cliente tinha uma visão clara que transmitiu ao estúdio, que a descreve da seguinte forma: “o cliente procurou-nos com o sonho de construir uma casa minimalista em betão, inspirada nos emblemáticos bunkers de betão que se encontram ao longo da costa sul da Suécia”.

O resultado é um volume baixo e sóbrio, definido por paredes de betão que se prolongam para além do edifício, oferecendo privacidade e reforçando a sua linguagem tectónica.

Para suavizar a crueza do betão, o estúdio incorporou elementos em madeira de pinho e carvalho tingido em portas, janelas e numa pala que protege o pátio de entrada. Esta combinação de materiais acrescenta calor sem quebrar a estética austera do conjunto.

O coração da habitação é um espaço amplo de sala de estar, jantar e cozinha, que se abre em duas direções: para o pátio de entrada a noroeste e para o mar a sudeste, graças a grandes vãos envidraçados do chão ao teto. “Desde a entrada, percebe-se como uma casa bastante privada e sólida, enquanto se abre para a vista do mar”, acrescenta o estúdio.

Interiores surpreendentemente acolhedores

O interior da casa mantém a mesma filosofia de materiais “brutos e utilitários”, mas com uma abordagem mais quente e funcional. O pavimento em betão prolonga-se para o exterior, num espaço formado por um terraço com piscina e guarda-corpos em vidro que se funde com a paisagem marinha.

A cozinha apresenta acabamentos em aço inoxidável e betão, reforçando a estética industrial, enquanto as casas de banho “estão revestidas com pedra de terrazzo, escolhida para combinar com a rocha de granito do local, e complementadas com carpintaria em aço inoxidável e vidro espelhado”, detalha o estúdio.

Na parte sul da casa encontra-se o quarto principal, que dispõe de acesso direto ao terraço. Junto a este, existem também dois quartos infantis e uma sala de jogos. Nestes espaços, o betão dá lugar a painéis de madeira, que conferem uma atmosfera mais íntima e acolhedora, em contraste com a robustez do restante da habitação.

Según afirman en el estudio, “en el interior, la paleta de materiales es sencilla pero atemporal”, afirmó el arquitecto. Y es precisamente esa atemporalidad la que convierte a esta casa en un ejemplo de cómo el diseño puede ser radical y acogedor al mismo tiempo.