A projeção para este ano fica abaixo do estimado pelo Governo, que no Orçamento do Estado para 2025 (OE2025) tinha inscrito um crescimento de 2,1%, revisto para 2,4% no relatório submetido a Bruxelas em abril.
O Conselho das Finanças Públicas (CFP) diz que esta baixa se deve a uma diminuição do investimento e a um menor peso das exportações.
O fim do ciclo de investimentos do PRR também fará a economia baixar para 1,6% em 2027.
A dívida pública vai baixar quase 10% em relação a 2024, atingindo os 85,6% em 2029.
O saldo orçamental deverá ficar equilibrado este ano, mas o CFP continua a projetar um défice orçamental no próximo ano, embora mais reduzido (0,6% do PIB).
Apesar da revisão em alta do saldo orçamental para 2026, para 2028 e 2029 a trajetória deste indicador é revista em baixa.
“Em cada um destes anos a revisão é determinada pela redução esperada da receita pública, induzida, sobretudo, pela receita fiscal, em particular pelo IRC, dada a menor execução esperada para 2025 atrás referida, e pela menor receita de IRS, que traduz uma revisão em alta das estimativas próprias do CFP relativamente ao impacto das atualizações automáticas das deduções especificas de IRS pelo valor do IAS e dos escalões em função da evolução da inflação e produtividade”, explica a entidade. O CFP projeta um défice de 0,6% do PIB em 2027, de 0,7% em 2028 e 0,8% em 2029.
No que diz respeito às exportações, este poderá mesmo ser o primeiro ano no pós-pandemia com um crescimento das exportações inferior à procura externa dirigida à economia portuguesa, segundo o documento.
A entidade independente deixa ainda, assim, o alerta de que cenário macroeconómico “continua pautado por um enquadramento de elevada incerteza, com os riscos a penderem maioritariamente de forma descendente sobre a atividade económica e permanecendo globalmente equilibrados para a inflação”.
Estas projeções são feitas num cenário de políticas invariantes, ou seja, apenas considerando medidas em vigor ou anunciadas com detalhe suficiente. Incluem já novas medidas face à publicação de abril, como a redução das taxas de IRS em 2025 e o novo suplemento extraordinário de pensão.
c/ Lusa