Israel mantém a posição de rejeitar qualquer solução de dois Estados e acusa os países ocidentais de darem força ao Hamas e de recompensarem o terrorismo. França, que deverá reconhecer o Estado da Palestina brevemente, contrapôs, face à posição israelita, afirmando que um plano de estabilização na Faixa de Gaza iria marginalizar o grupo e tirar-lhe poder.

De acordo com o Guardian, a proposta para uma reunião com Donald Trump irá ser feita esta segunda-feira na conferência das Nações Unidas no sentido de criar uma força de estabilização da paz naqueles territórios, desarmar o Hamas e treinar a Autoridade Palestiniana como força policial.

Vários países do Médio Oriente, árabes e muçulmanos, querem aproveitar a vaga de reconhecimentos oficiais do Estado da Palestina para encetar conversações e voltar a apresentar os seus argumentos: o poder na Faixa de Gaza deve ser retirado ao Hamas e transferido para um governo eleito democraticamente com mandato para liderar Gaza, Cisjordânia e Jerusalém Este.

No seguimento de todos estes passos seria pedido ao Hamas para que depusesse as armas e as entregasse à nova Autoridade Palestiniana.

A expectativa é que Donald Trump se junte aos líderes da Turquia, Emirados Árabes Unidos, Egito, Catar e Arábia Saudita. No entanto, não há até agora indícios de que o presidente americano venha a assumir o mesmo ponto de vista deste grupo no sentido de assegurar um plano de paz para a Faixa de Gaza. Pelo contrário, Trump impôs impôs sanções ao presidente da Autoridade Palestiniana, Mahmoud Abbas.

Os Estados árabes querem que a Autoridade Palestiniana sofra essa reforma para garantir condições de liderar um Estado palestiniano e um novo mapa que exclua os novos colonatos israelitas e a anexação da Cisjordânia.

A Autoridade Palestiniana foi expulsa pelo Hamas da Faixa de Gaza em 2007, tendo mantido o poder apenas na Cisjordânia, mas já demonstrou interesse em governar todo o território palestiniano, Gaza incluído.

Benjamin Netanyahu já veio avisar que não haverá solução de “dois Estados” e membros radicais do seu governo pedem agora a anexação da Faixa de Gaza. Após os reconhecimentos oficiais do último domingo, Londres e Paris advertem Israel contra uma retaliação implicando novas anexações na Cisjordânia.