A Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico alerta para a necessidade dos decisores políticos equilibrarem o apoio a curto prazo com reformas a longo prazo, especialmente em relação ao comércio, à disciplina fiscal, aos riscos financeiros e aos ganhos de produtividade impulsionados pela Inteligência Artificial.
Em detalhe, os economistas liderados por Álvaro Santos Pereira admitem que o PIB global cresceu 3,2% no início de 2025, impulsionado pela antecipação das despesas antes dos aumentos das tarifas dos EUA e pelo forte investimento relacionado com a IA, mas irá abrandar até ao final do ano não atingindo nestas previsões 3,2% e em 2026, não deverá ultrapassar os 2,9%.

Para os Estados Unidos, as previsões apontam para um crescimento a abrandar de 2,8% (2024), 1,8% (2025) e 1,5% (2026), com inflação persistentemente acima do objetivo.
Na Zona Euro, a riqueza prevista de 1,2% em 2025 não deverá ultrapassar 1,0% em 2026, graças aos impactos das tensões comerciais e geopolíticas.
Na China, o enfraquecimento do apoio fiscal do estado levará a uma redução do crescimento de 4,9% (2025) para 4,4% (2026).
Na Índia, o desenvolvimento económico continua forte, acima dos 6% (6,7% 2025), 6,2% (2026).
As tensões comerciais estão em grande destaque nestas perspetivas da organização com sede em Paris. As tarifas dos EUA atingiram o nível mais elevado desde 1933.Os efeitos estão a refletir-se nos preços ao consumidor, nos investimentos e no comércio.
O mercado de trabalho demonstra sinais de abrandamento com o aumento do desemprego nos EUA, Canadá e em partes da Europa, embora ainda historicamente baixos.
Os economistas da OCDE alertam também para o aumento dos riscos fiscais e a sustentabilidade da dívida soberana.