Falta, pelo menos, um professor em 78% das escolas públicas e há 38 estabelecimentos com mais de 10 horários por preencher, a esmagadora maioria nas zonas de Lisboa e Península de Setúbal, segundo dados oficiais.

O balanço foi feito esta segunda-feira, 22 de setembro, pelo Ministério da Educação, Ciência e Inovação (MECI), uma semana após o arranque oficial do ano letivo 2025/2026.

De acordo com os dados da Agência para a Gestão do Sistema Educativo, à data de 17 de setembro, havia pedidos das escolas para ocupar 2.410 horários, dos quais 1.042 (43%) completos.

No universo de 810 agrupamentos de escolas ou escolas não agrupadas, faltava, pelo menos, um professor em 635 (78%), mas há 38 estabelecimentos onde a situação é mais grave.

Nessas 38 escolas, contabilizavam-se mais de 10 horários por ocupar, sendo que em 11 faltam, pelo menos, 10 professores para horários completos.

Os dados confirmam que as dificuldades no recrutamento de professores se mantêm sobretudo nas zonas de Lisboa, onde há 20 escolas com mais de 10 pedidos de horário, e na Península de Setúbal, com cinco escolas na mesma situação.

Por grupos de recrutamento, as disciplinas com maior carência também não são novidade e, à semelhança de anos anteriores, destacam-se o pré-escolar, a educação especial, Português do 3.º ciclo e Informática.

Ainda assim, há 16.400 professores com habilitação profissional que ainda não obtiveram colocação.

Os dados mais recentes contrastam com o balanço feito pelo ministro da Educação, Fernando Alexandre, na véspera do início do ano letivo, quando garantiu que em pelo menos 98% das escolas os alunos teriam aulas a todas as disciplinas, uma vez que todos os professores estavam já colocados.