O roubo de metais raros para venda no mercado negro tem um novo alvo. Depois dos catalisadores são os cabos de carregamento para elétricos.

O problema é diferente mas a motivação e o resultado final é mesmo: carros parados e avultados prejuízos patrimoniais. Estão a ser roubados os cabos dos postos de carregamento para carros elétricos. Exatamente pelo mesmo motivo que nos últimos anos têm sido roubados catalisadores nos carros de combustão. Esse motivo tem um nome: metais raros.

tesla supercharger furto carregadores (1)© UVE A mesma situação já se registou nos Superchargers da Tesla.

Como sabemos, o fenómeno do roubo de catalisadores não é recente em Portugal. A valorização de metais raros como a platina, paládio e ródio — este último chegou a superar os 600 euros por grama no mercado dos metais usados — fez com que este crime conhecesse um pico de ocorrências. Dependendo do modelo, um catalisador pode render mais de 2000 euros.

Agora estão a ser roubados também cabos de carregamento para carros elétricos nos postos públicos. Uma onda de assaltos que teve início no distrito de Setúbal mas que, desde o início do ano, já se alastrou a todo o país. Nós encontrámos um desses exemplos perto de Salvaterra de Magos, no distrito de Santarém:

Neste caso, os metais mais procurados são o cobre (o principal constituinte do cabo) e em quantidades menores a prata (presente em quantidades inferiores).

Para combater este fenómeno, a Guarda Nacional Republicana (GNR) tem levado a cabo ações de prevenção e fiscalização, em que foram fiscalizadas diversas sucateiras responsáveis diretamente pelo escoamento do material furtado.

Feitas as contas, o roubo de um cabo de carregamento do tipo CCS pode ascender aos 200 euros, dependendo da dimensão do cabo. Do lado dos operadores, estão a ser reforçados os meios de vigilância para dissuadir esta prática. Tal como o roubo dos catalisadores, o efeito final é o mesmo: enormes prejuízos patrimoniais e condutores apeados. A procura por metais valiosos não escolhe tecnologia.