Acompanhe o nosso liveblog sobre o conflito no Médio Oriente

Espanha e Itália anunciaram envio de navios da Marinha dos seus países para acompanhar a Flotilha Global Sumud, o grupo de navios a caminho da Faixa de Gaza para entregar ajuda humanitária e que foi alvo de um ataque na noite passada ao largo da Grécia.

O anúncio espanhol foi feito pelo chefe do Governo, Pedro Sánchez, numa conferência de imprensa em Nova Iorque à margem da Assembleia Geral das Nações Unidas citada pelo jornal espanhol El País.

“Amanhã [quinta-feira] mesmo partirá de Cartagena um navio de ação marítima equipado com todos os meios necessários para prestar assistência à frota e realizar algum resgate”, sublinhou Sánchez.

“O Governo de Espanha exige que se cumpra a lei internacional e que se respeite o direito dos nossos cidadãos a navegar no Mediterrâneo em condições de segurança“, disse o líder espanhol na conferência.

Fontes na Marinha citadas pelo El País frisam que a missão do navio espanhol será de apoiar a flotilha “em caso de necessidade” e não fazer uma escolta militar propriamente dita.

O El País revelou ainda que a embarcação que vai ser lançada é o Furor, um navio de patrulha marítima equipado com um canhão de artilharia de 76 milímetros e duas metralhadoras, assim como um helicóptero e um drone. A bordo, irão 50 marinheiros e oito membros de uma equipa de cuidados médicos.

Com uma missão semelhante ao navio Furor, seguirá a fragata italiana Fasan, cujo envio foi decretado pelo ministro da Defesa de Itália, Guido Crosetto, na manhã desta quarta-feira, citando o facto de cidadãos italianos viajarem a bordo da flotilha atacada durante a noite.

Num comunicado publicado no site do Ministério da Defesa, Crosetto expressou a sua “mais veemente condenação” ao ataque aos barcos da flotilha. “Numa democracia, também as manifestações e as formas de protesto devem ser protegidas quando se realizam no respeito das normas do direito internacional e sem recurso à violência”, sublinhou.

A fragata Fasan, contou o ministro, avançou para a costa a norte da ilha de Creta logo durante a noite de terça para quarta-feira, tendo sido lançada às 03h50 na hora local (02h50 em Portugal Continental). O navio iria ficar naquela zona do Mediterrâneo para assistir em “possíveis operações de socorro“.

Já a eurodeputada do Bloco de Esquerda, Catarina Martins, recorreu à rede social X a pedir ao Governo português que siga o exemplo do governo de Espanha e Itália e assuma uma iniciativa para proteger a flotilha,

“Itália e Espanha vão proteger a Flotilha Humanitária. Portugal tem a mesma obrigação. Há um barco com bandeira portuguesa e cidadãos nacionais a bordo”, escreveu a bloquista na publicação.

“A ameaça de Israel, sabemos todos, é real. E o governo português tem de agir no quadro do direito internacional e humanitário”, acrescentou a eurodeputada que também é candidata às eleições presidenciais de 2026.

Apesar da assistência italiana, a posição de Georgia Meloni, primeira-ministra italiana, foi de crítica à flotilha Sumud chamando-a de gratuita, perigosa, irresponsável e afirmando que “não se deve arriscar a própria segurança” para entregar ajuda humanitária, tendo condenado ainda os ataques a cidadãos italianos.

Meloni diz que flotilha é ação “gratuita e perigosa” mas condena ataques com drones

“Não é necessário ir a um teatro de guerra para entregar ajuda a Gaza, que o Governo italiano e as autoridades competentes poderiam ter entregado em poucas horas”, acrescentou a líder do executivo à imprensa italiana em Nova Iorque, poucas horas antes de intervir na Assembleia-Geral das Nações Unidas.

Meloni lançou um apelo “à responsabilidade de todos, especialmente dos parlamentares italianos” – quatro deputados italianos estão a bordo da flotilha.

Se tiver uma história que queira partilhar sobre irregularidades na sua autarquia, preencha
este formulário anónimo.